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Foto: Divulgação

No dia 8 de novembro, durante o XVII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica, especialistas de diferentes áreas se reúnem para analisar o papel da cirurgia profilática em portadores de mutações genéticas hereditárias associadas ao câncer

 

A sessão de Oncogenética em Cirurgia Oncológica, que integra a programação científica do XVII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica, reunirá alguns dos maiores especialistas brasileiros em predisposição genética ao câncer para discutir um tema de fronteira: a cirurgia redutora de risco. Sob o título “Cirurgia Profilática: Cirurgia Redutora de Risco para Câncer. Quem, como e quando?”, o encontro será realizado no dia 8 de novembro, na Sala 6 e promete trazer uma análise abrangente sobre indicações, critérios e desafios éticos envolvidos nesse tipo de abordagem.

A moderação ficará a cargo de Vandré Cabral Gomes Carneiro (PE), cirurgião oncológico titular da SBCO e diretor do Programa de Câncer Hereditário do Hospital de Câncer de Pernambuco, do IMIP e do HBL. Também coordenador da residência em cirurgia oncológica do IMIP e médico pesquisador do HCP, ele será acompanhado pelas debatedoras Miriam de Melo Melquiades (MG), oncologista pediátrica e oncogeneticista e Allyne Queiroz Carneiro Cagnacci (SP), médica do Departamento de Oncogenética do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e especialista em oncogenética pelo City of Hope Cancer Center, nos Estados Unidos.

A programação contemplará seis apresentações que, juntas, prometem traçar um panorama das principais cirurgias profiláticas atualmente indicadas para portadores de mutações genéticas hereditárias conhecidas. O próprio Vandré Cabral abrirá a sessão abordando a salpingooforectomia redutora de risco, procedimento adotado para prevenir o câncer de ovário em mulheres com mutações BRCA1 e BRCA2. O especialista deve destacar a importância do momento cirúrgico, do aconselhamento reprodutivo e do acompanhamento endocrinológico pós-operatório, pontos sensíveis em mulheres jovens que ainda planejam a maternidade.

Na sequência, Carlos Eduardo Mattos da Cunha Andrade (SP), assistente do Departamento de Ginecologia Oncológica do Hospital de Amor de Barretos e professor da Faculdade de Medicina Paulo Prata (FACISB), discutirá a histerectomia redutora de risco e sua aplicabilidade em portadoras de síndrome de Lynch. Andrade, que também atua como mentor em curso de certificação em cirurgia robótica ginecológica do IRCAD, deve apresentar dados recentes que sustentam a realização do procedimento em centros especializados, ressaltando o papel da tecnologia robótica na padronização e segurança das cirurgias preventivas.

A mesa segue com Carlos Frederico de Freitas Lima, mestre em Cirurgia pela UFF e membro titular da SBCO, CBC e SSO, que tratará da mastectomia redutora de risco. O cirurgião vai explorar o impacto psicológico dessa decisão e as possibilidades de reconstrução imediata, defendendo a necessidade de integração entre cirurgiões, oncogeneticistas e psicólogos para garantir o suporte emocional adequado às pacientes.

O tema seguinte, tireoidectomia redutora de risco, será apresentado por Roberto Araujo Lima (RJ), diretor do Hospital do Câncer I do INCA. Ele abordará o manejo cirúrgico em portadores de mutações no gene RET, associadas à neoplasia endócrina múltipla tipo 2 (MEN2) e destacará o papel da triagem familiar precoce para reduzir a incidência de carcinoma medular de tireoide, um dos poucos tumores que podem ser efetivamente evitados por meio da cirurgia profilática.

Com olhar voltado à oncologia digestiva, Felipe Conde Pereira Neves (RJ), cirurgião oncológico do A.C.Camargo Cancer Center e da Oncologia D’Or, aprofundará o debate sobre a colectomia redutora de risco em pacientes com síndrome de Lynch e polipose adenomatosa familiar. A palestra deve abordar critérios clínicos e genéticos de indicação, estratégias de vigilância e alternativas cirúrgicas que preservem a função intestinal e a qualidade de vida.

Encerrando a sequência, Rafael Augusto Silva de Souza (RJ), cirurgião oncológico do Hospital Rio Barra e do Hospital Barra D’Or, apresentará a gastrectomia redutora de risco, indicada a portadores da mutação CDH1, associada ao câncer gástrico difuso hereditário. O especialista abordará o desafio de equilibrar o risco oncológico e o impacto metabólico e nutricional do procedimento, ressaltando a importância do preparo multidisciplinar e do acompanhamento a longo prazo.

Após as exposições, o público será convidado a participar de uma discussão conduzida pelos moderadores, em que serão debatidas questões como a definição de risco aceitável, a decisão compartilhada com o paciente e a necessidade de protocolos nacionais. O debate também deve enfatizar a carência de centros de referência em cirurgia redutora de risco no Brasil e a urgência de políticas públicas que ampliem o acesso à testagem genética e ao aconselhamento familiar.

Realizado entre 5 e 8 de novembro de 2025, no Windsor Barra Hotel, no Rio de Janeiro (RJ), o XVII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica e o 1º Congresso Internacional de Cirurgia Oncológica reafirmam o compromisso da SBCO com a atualização científica e a integração de especialidades. A sessão de Oncogenética, ao reunir cirurgiões, oncogeneticistas e gestores em torno de um mesmo tema, sintetiza o espírito do evento de construir uma oncologia preventiva, colaborativa e orientada por evidências.

 

SERVIÇO

XVII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica
1º Congresso Internacional de Cirurgia Oncológica
5 a 8 de novembro de 2025
Local: Windsor Barra Hotel – Rio de Janeiro (RJ)
Endereço: Av. Lúcio Costa, 2630 – Barra da Tijuca

 

Sobre a SBCO – Fundada em 31 de maio de 1988, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) é uma entidade sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, que agrega cirurgiões oncológicos e outros profissionais envolvidos no cuidado multidisciplinar ao paciente com câncer. Sua missão é também promover educação médica continuada, com intercâmbio de conhecimentos, que promovam a prevenção, detecção precoce e o melhor tratamento possível aos pacientes, fortalecendo e representando a cirurgia oncológica brasileira. É presidida pelo cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro (2023-2025).

Fonte: Bárbara Conti

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