“Eu tinha cinco anos de idade, morava no bairro de Santa Catarina, em São Gonçalo, quando reuni cartões de visitas que meu pai acumulava, ele que tinha uma pequena indústria, acumulava esses tipos de materiais e, dentro de uma caixa de rádio, vazia, de repente a minha mãe se surpreendeu comigo, sentado, dentro dela, lendo os comerciais que papai tinha guardado, nascia alí um locutor de rádio!” Com essa frase, Rujany Martins, iniciou seu expressivo depoimento como homenageado da 7ª Edição do Fórum da Memória do Jornalismo Fluminense, no Solar do Jambeiro, no último dia 27 de Agosto, no Solar do Jambeiro. A iniciativa é do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro.
Sua trajetória profissional, que chega a mais de 70 anos de atividades em vários setores, passa por radialista, rádio-repórter, comentarista de futebol, publicitário, jornalista e empresário.
Como radialista começou sendo Locutor do programa “Voz da AGE” – Associação Gonçalense de Estudantes-, ainda aos 16 anos, da empresa Alto Falantes Araribóia, quando começou a trabalhar, já de Carteira Profissional assinada, aliás, em todas as empresas por onde passou trabalhou de forma regularizada, fato de orgulho também para ele.
Dalí foi só questão de tempo e Rujany Martins tornou-se Comentarista de Futebol, trabalhando na Rádio Tupi, então fazendo parte da equipe mais famosa do rádio brasileiro na época, atuando ao lado de grandes e históricos nomes do Radiojornalismo Esportivo brasileiro, como Afonso Soares, Oduvaldo Cozi, Dualcei Camargo, Jorge Curi, Mario Viana e João Vita.
Contando passagens ainda com o inesquecível Valdir Amaral, também um dos amigos que fez na época, Rujany encantou a plateia, presente nesta Edição do Fórum, ao contar, com detalhes inusitados e particulares, passagens desta época de sua vida profissional.
Rujany Martins fala de sua trajetória. Foto/Divulgação
Mas não só de rádio viveu Rujany Martins, trabalhou na esfera governamental, sendo um dos Diretores da Flumitur, onde conheceu o arrojado empresário Ephrem Amora. No Grupo Fluminense de Comunicação, à convite de Efherem assumiu a direção da Rádio Fluminense, editor de Esportes e Diretor Comercial do jornal O Fluminense.
Rujany destaca que Ephrem foi o grande responsável pela transformação, crescimento e desenvolvimento do jornal O Fluminense, quando atingiu um patamar até então desconhecido pelos veículos impressos niteroienses e, dessa forma entrou para a história definitiva do jornalismo brasileiro como um dos maiores veículos de mídia impressa que o país já teve. E neste processo do O Fluminense, Rujany participou ativamente e aprendeu outra profissão a de Publicitário, onde fez história marcante também.
Em sua rica vida profissional, Rujany Martins também foi proprietário de um veículo impresso de destaque, já nos anos 90. À frente do Nosso Jornal, juntamente com o jornalista Evaldo Nascimento, por quase duas décadas seguidas, manteve seu próprio negócio e fez grande reportagens.
A Assembléia Legislativa Estadual também o condecorou com a Medalha Tiradentes, além da Câmara de São Gonçalo, onde nasceu e trabalha até hoje, onde recebeu as medalhas “Luiz Palmier”, “Joaquim Lavoura” e Belarmino de Matos”.
Durante sua carreira, Rujany entrevistou famosos como Jango Goulart, Leonel Brizola, Carlos Lacerda, Pelé, Garrincha. O jornalista também cobriu várias Copas do Mundo, carnavais do Rio e Niterói, e a inauguração de Brasília pela Rádio Tupi.
O jornalista Rujany Martins é autor do livro “Vi, ouvi, vivi” (Ed. Apologia Brasil, 212 p.), uma coletânea de relatos memoriais de sua carreira de 70 anos de estrada no jornalismo radiofônico e impresso do Rio de Janeiro, mas de grande repercussão nacional.
Na primeira parte da obra, Rujany mergulha em suas origens no bairro Porto da Pedra, em São Gonçalo/RJ, cidade onde nasceu e se formou, e nas amizades da juventude – de uma geração considerada a mais notável da história do município – que nunca lhe faltaram e que foram fundamentais ao longo de toda a sua vida.
Atualmente Rujany Martins coleciona medalhas, placas e honrarias através das homenagens que recebe, como esta do Fórum da Memória do Jornalismo Fluminense, realizada pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (SJPERJ), através de seu Presidente, Mário Sousa. Todos os depoimentos dos homenageados deste Fórum serão transformados num livro, pelo selo Niterói Livros, da Fundação de Artes de Niterói (FAN).
Fonte/Ascom