Divulgação: Projeto UÇA
Iniciativa alia restauração ecológica, valorização de saberes tradicionais, inclusão social e ciência cidadã no território da Baía de Guanabara
Criado em 2012, o Projeto UÇÁ é uma iniciativa da ONG Guardiões do Mar, em parceria com a Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, que tem como foco a restauração e conservação de manguezais, além da promoção da educação ambiental nos ecossistemas costeiros do estado do Rio de Janeiro. Em mais de uma década de atuação, o projeto se consolidou como referência nacional em práticas socioambientais integradas, gerando avanços ambientais, sociais, econômicos e científicos em todo o recôncavo da Baía de Guanabara.

Para Pedro Belga, presidente da ONG Guardiões do Mar, “o Projeto UÇÁ foi um divisor de águas na instituição. A partir dele, retomamos nosso compromisso com os povos tradicionais da pesca e os manguezais foram inseridos no planejamento estratégico. Foi com ele que nossa missão ganhou forma e hoje se fortalece em outros projetos, jogando luz a todos que vivem no e do manguezal. Vida longa ao UÇÁ! ”

Com atuação inicial em seis municípios — Guapimirim, Itaboraí, São Gonçalo, Niterói, Maricá e Rio de Janeiro —, o Projeto UÇÁ entra agora em uma nova fase de expansão, ampliando suas ações para 12 cidades das regiões Metropolitana e dos Lagos, incluindo Rio Bonito, Magé, Tanguá, Saquarema, Araruama e Cabo Frio. O projeto atua de forma estruturada em quatro eixos temáticos: sustentabilidade, educação ambiental, pesquisa científica e fortalecimento da REDAGUA – Rede de Conservação Águas da Guanabara, com especial atenção à valorização das comunidades locais e dos povos tradicionais. Um de seus diferenciais é a Operação LimpaOca, que mobiliza pescadores artesanais e catadores de caranguejo, remunerados por meio do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), para realizar a limpeza dos manguezais — ação que já resultou na retirada de mais de 60 toneladas de resíduos em uma área de mais de 49 hectares. Outro marco importante é a restauração florestal, com mais de 18 hectares de manguezais recuperados e 65.500 mil mudas plantadas, contribuindo diretamente para a proteção da biodiversidade, dos estoques pesqueiros e da qualidade da água na Baía de Guanabara.
Para Janaina Oliveira, coordenadora geral do Projeto UÇÁ, “em 13 anos, o UÇÁ lançou raízes profundas nos manguezais e nas comunidades. Crescemos aliando ciência e saber popular, trabalhando lado a lado com catadores e pescadores artesanais por um manguezal mais limpo e biodiverso, plantando vida onde antes havia esquecimento.”
Conquistas e Resultados
O Projeto UÇÁ também se destaca por suas ações inovadoras de educação ambiental inclusiva, ao integrar pessoas com deficiência nas atividades e desenvolver programas como o Programa de Educação Ambiental Comunitária, com foco na Década dos Oceanos e no protagonismo juvenil. Entre as ações previstas para os próximos anos, está a criação de um coletivo: o primeiro Ecoclube jovem de Itambi/Itaboraí. Além do impacto socioambiental, o projeto gera conhecimento científico e popular: já subsidiou cinco dissertações de mestrado, duas teses de doutorado e diversos trabalhos de conclusão de cursos em parceria com universidades federais, publicações em revistas acadêmicas e meios de divulgação científica.
Dia Mundial dos Manguezais
No próximo dia 26 de julho, é celebrado o Dia Mundial de Proteção aos Manguezais, data instituída pela UNESCO para chamar a atenção sobre a importância desses ecossistemas costeiros. Considerados Áreas de Preservação Permanente (APP) pelo Código Florestal Brasileiro, os manguezais desempenham papel fundamental na manutenção da biodiversidade e na proteção das zonas costeiras. Com altíssima produtividade biológica, são berçários naturais para moluscos, crustáceos, peixes, aves e mamíferos.
Na Baía de Guanabara, predominam três espécies de mangue — o mangue-vermelho (Rhizophora mangle), com suas raízes aéreas que estabilizam o solo; o mangue-branco (Laguncularia racemosa), adaptado a solos mais arenosos; e o mangue-preto (Avicennia schaueriana), que possui raízes respiratórias para troca gasosa em ambientes pobres em oxigênio. Os manguezais são fundamentais para a manutenção da biodiversidade local, funcionando como berçários naturais para moluscos, crustáceos, peixes, aves e mamíferos. A data reforça o compromisso coletivo de conservar e restaurar os manguezais, principal objetivo do Projeto UÇÁ, em especial na Baía de Guanabara.
Atuação em Rede
Atuar em rede é outra missão importante do Projeto. O UÇÁ, junto à ONG Guardiões do Mar, é cocriador de importantes articulações socioambientais como a Rede Nacional de Manguezais (RENAMAN) e a Rede Nós da Guanabara e a REDAGUA. Criada em 2019, a rede reúne cinco projetos com parceria Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental: Aruanã, Coral Vivo, Guapiaçu, Meros do Brasil e UÇÁ. Essa união promove iniciativas conjuntas e articuladas, potencializando resultados e fortalecendo a melhoria socioambiental da Baía de Guanabara. O Projeto ainda integra conselhos gestores de Unidades de Conservação e contribui diretamente para os Planos de Ação em Biodiversidade (PABs) da Petrobras, alinhados aos compromissos ESG da companhia.
