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Foto/Divulgação: Marcelo Cortes

De 11 de julho a 03 de agosto – Casa de Cultura Laura Alvim

 

Da incapacidade de lidar com os medos, perdas e os traumas, enfrentando um estresse intenso, surge o espetáculo “Takotsubo Coração Partido”, com dramaturgia das atrizes Monica Guimarães e Claudia Mauro. A peça é uma obra de ficção documental que relata as consequências dramáticas de uma mulher de 48 anos, classe média alta, da zona sul carioca, mãe, recém separada de um relacionamento conflituoso. 

 

A Síndrome do Coração Partido, ou cardiomiopatia, é induzida por estresse, condição médica onde o coração enfraquece temporariamente devido a um evento emocional extremo, como a perda de um ente querido, estresse intenso, ou uma decepção profunda.  Ela é mais comum em mulheres e suas consequências podem também trazer sequelas irreversíveis, como também levar ao óbito.

 

O diretor Édio Nunes afirma que encenar histórias autobiográficas é sempre uma linha tênue, por descortinar fatos pessoais e situações emocionais muito profundas do ser humano. Ele revela ainda que, no processo de criação do projeto procurou priorizar a verdade de tudo que estava sendo dito.

 

Uma mulher de 50 anos, que repassa a sua vida a limpo, dentro de uma viagem mental, num estado de coma, em que se encontra. Trazer à tona dores, relatos, confrontos, e, principalmente, o renascimento dessa mulher que se transforma, e  grita pro mundo , que está viva e precisa seguir em frente”.

 

Ainda de acordo com o diretor, Eleonora encarna todas as mulheres que rompem com os estigmas e resolve ressurgir das cinzas. “Acreditamos numa cena, onde a palavra e o trabalho dos dois atores e toda a fisicalidade são viscerais pro resultado do processo. Takotsubo é desafiador e instigante, ele me obriga a ir fundo em questões pessoais, que atravessam a nossa concepção. Um grande aprendizado, e um presente para qualquer Diretor Teatral, que tem a oportunidade de mergulhar num drama pessoal, com tantas camadas e possibilidades”, finaliza Édio Nunes

 

Segundo Monica Guimarães, o espetáculo revela ao público sobre esta condição pouco conhecida. Muitas pessoas não estão cientes dos efeitos psicofísicos que o estresse emocional pode ter sobre o corpo, e o teatro pode servir como uma poderosa ferramenta social. 

 

“O teatro tem a capacidade única de explorar profundamente as emoções humanas. Ao representar histórias e personagens afetados pela Síndrome do Coração Partido, o público pode se conectar emocionalmente com os desafios enfrentados por aqueles que vivenciam esta condição. Além disso, ver uma história comovente no palco pode despertar consciência, empatia e compaixão nos espectadores. Isso não apenas aumenta o conhecimento sobre a síndrome, mas também promove um ambiente de compreensão e apoio para aqueles que estão passando por dificuldades emocionais”, aponta a atriz. 

 

Larissa Bracher, também diretora do espetáculo, disse que dividir a direção com Édio Nunes foi extremamente prazeroso. “Sei o quanto é raro a harmonia na divisão de uma tarefa criativa e, desde o primeiro dia, pareceu que éramos uma dupla desde sempre”, celebra.

 

Outro ponto que a peça traz é a desconstrução de estigmas, revelando que muitas condições médicas podem ser mal compreendidas pela sociedade como um todo. O espetáculo objetiva quebrar esses estereótipos ao apresentar personagens complexos e realistas que lutam com questões de saúde mental e emocional.

 

“O texto provoca identificação imediata com o público. É forte, tocante, porque ninguém está imune às dores, às relações adoecidas, aos descompassos da vida que escapam ao nosso controle e nos empurram para o limite. É impossível sair do espetáculo sem refletir profundamente sobre si, suas relações e suas escolhas”, analisa Cláudia Mauro. 

 

Ainda segundo Cláudia Mauro, o espetáculo “escancara, joga na nossa cara o lado sombrio que carregamos, as dores que queremos esconder, as relações que machucam em silêncio”. 

 

A diretora Larissa Bracher reforça ainda o poder curativo dos processos e do tempo para a personagem do espetáculo e como o teatro é usado como catalisador social. “A peça fala sobre o processo curativo de uma mulher que não soube dar limites aos seus pares e aprende a fazê-lo à duras penas. Nessa peça, o teatro cumpre um de seus papéis, que é justamente a reflexão e aprendizagem pessoal e coletiva”, aponta a diretora Larissa Bracher.

 

Sinopse curta:

 

Uma mulher sobrevive a uma experiência de quase morte, depois de uma vida marcada por dores silenciosas. Ao despertar, encontra no budismo e no teatro, caminhos de cura e liberdade.

 

Ficha Técnica

Autoria: Monica Guimarães e Cláudia Mauro

Direção: Édio Nunes e Larissa Bracher

Elenco: Monica Guimarães e Guilherme Dellorto

Iluminação: Paulo Cesar Medeiros

Trilha Original: Marcelo H

Cenário e Figurino: Wanderley Gomes

Preparação Emocional: Estrela Straus

Preparação Vocal: Rose Gonçalves

Colaborador Cênico de Movimento: Toni Rodrigues

Assessoria de Imprensa: Alessandra Costa

Idealização e Realização: Monica Guimarães

Produção Executiva: Andréia Ribeiro

Parceria: Casa Forte Produções Culturais e Esportivas

Finalização de Produção: Gabriela Calainho

 

Serviços

Temporada Takotsubo Coração Partido

Casa de Cultura Laura Alvim – Teatro Rogério Cardoso

De 11 de julho a 3 de agosto – Sábados, às 19h, e domingos, às 18h

Endereço: Av. Vieira Souto, 176 – Ipanema, Rio de Janeiro

Ingressos: R$ 60 (meia) R$ 30 (inteira)

Classificação etária: 14 anos

Duração: 70 minutos


Fonte: Alessandra Costa

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