Festival Artes em Rede - 1 edicao7

Foto: Divulgação

O multifestival contempla artes cênicas,  visuais, poesia, shows e oficinas


O Parque Glória Maria, em Santa Teresa, será palco da 2ª edição do Festival Artes em Rede, que será realizado entre os dias 12 de julho a 3 de agosto, reunindo música, mostra artística, exposições, batalha de rima, slam e oficinas de funk e passinho. O festival multifacetado tem como eixo temático a cultura periférica, assumindo o compromisso de visibilizar saberes, estéticas, práticas e corpos historicamente marginalizados nos circuitos culturais formais.

O evento transdisciplinar promove o diálogo entre música, dança, teatro, performance, artes visuais e literatura, incentivando a experimentação artística e a quebra de fronteiras entre linguagens. Todas as atividades do festival são gratuitas e abertas ao público, reforçando o direito universal à cultura e garantindo o acesso de pessoas de diferentes territórios sociais e econômicos.

O festival investe ainda na formação e capacitação de artistas, especialmente por meio da Residência Artística “Masculinidades Negras e Indígenas”, com chamada pública, estimulando a criação de uma obra inédita que será apresentada no último dia do Festival. Visando o fortalecimento de trajetórias artísticas periféricas.

O projeto ainda conta com uma bolsa para residência e cachê para participação nas chamadas públicas como os Pocket-Shows, Mostra Artística e Exposição. A curadoria é integralmente feminina sendo composta por Nana Rosas, Carol Nóbrega, Thais Ayomide e Vitória Pedro.

Nesta segunda edição do Festival Artes em Rede serão  selecionados artistas e coletivos com trabalhos e pesquisas que elaborem a fricção entre corpo e território, compreendendo pessoas e cidades como campos de invenção e permanência. No Festival não é abordado apenas pele ou paisagem, mas marcas, rastros, sentidos e urgências que atravessam os corpos e os lugares.

“Pensamos o corpo como encruzilhada – de histórias, afetos, resistências e saberes em espiral. Um corpo que dança, denúncia, escapa, constrói mundos. Um corpo coletivo, insurgente, forjado em becos, palafitas, quebradas, lajes e quilombos urbanos”, afirma Vitoria Pedro, uma das idealizadoras do Festival.

“A seleção de artistas é feita via chamada pública com critérios afirmativos, garantindo espaço a artistas periféricos, negros, indígenas, LGBTQIAPN+ e pessoas com deficiência. Desta forma, buscamos dar visibilidade a trabalhos de grupos historicamente marginalizados e com pouca representatividade”, completa Luis Silva, também idealizador do projeto.

A equipe do projeto é formada majoritariamente por artistas periféricos, reafirmando o protagonismo desses sujeitos não apenas como participantes, mas como idealizadores, curadores e gestores da cultura. “O projeto considera a sustentabilidade social e cultural em seus processos e visa deixar um legado, através da documentação audiovisual, formação de redes de artistas e compartilhamento público dos resultados e processos”, pontua Luis Silva

Histórico

primeira edição do Festival Artes em Rede foi realizada em 2019, com apoio do edital da Decult – UFRJ – voltado ao incentivo de eventos estudantis. Desde sua origem, o festival foi movido pela urgência de criar espaços seguros, criativos e politicamente comprometidos com a produção artística de corpos dissidentes – artistas negros, periféricos, LGBTQIA+, egressos das margens da cidade e das instituições. Ao todo, mais de 1.000 pessoas participaram da primeira edição

“O Festival nasce da urgência de reconhecer, valorizar e potencializar os territórios periféricos como espaços legítimos de criação, pensamento e circulação cultural. Nesta edição, o festival se consolida como uma plataforma transdisciplinar que articula diferentes linguagens artísticas a partir da perspectiva da cultura periférica, expandindo narrativas, estéticas e formas de pertencimento”, finaliza Vitoria Pedro

Sobre os idealizadores

Vitória Pedro é curadora, produtora cultural, arte-educadora e pesquisadora com mais de uma década de experiência dedicada às interseções entre arte, corpo, território e tecnologia. Mestranda em Artes da Cena pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é bacharel em Teoria da Dança (UFRJ) e técnica em Dança formada pela Rede FAETEC.

Vitória desenvolve investigações que tensionam as fronteiras entre dança, performance, teatro e artes visuais, a partir de uma perspectiva crítica sobre o corpo enquanto tecnologia sensível e ferramenta de insurgência. Fundadora da Lab Corpo Produções, criou e liderou projetos como Lab CorpinhoXodóOutras MulheresRedes em MovimentoCorpo, Imaginação e Oralidade, Artes em Rede e Extravio. Este último responsável por viabilizar um intercâmbio artístico no prestigiado Festival MOMIX, na França.

Luis Silva é bacharel e licenciado em Dança pela UFRJ, Mestre em Estudos Contemporâneos das Artes pelo PPGCA/UFF e Doutorando em Artes da Cena pelo PPGAC/UFRJ. Fundador do Coletivo Urbano da UFRJ e da Coletivando Cia de Dança. É professor da Faculdade Angel Vianna, Diretor artístico e coordenador do Coletivo NUDAFRO e pesquisador no Grupo de Pesquisa Ancestralidades em Rede – GrupAR/CNPQ. Tem experiência multidisciplinar em dança, música e fotografia, com foco em linguagens afrourbanas como Hip Hop e Passinho.

Serviços:

Festival Arte em Rede

12 de julho 

Roda de conversa artistas Exposição (Parte externa – Terraço) 14h

Pocket Shows (Parte externa – Terraço) 15h às 17h

Mostra Artística (Parte externa – Palco Praça) 17h30 às 20h30

19 de julho

Pocket Shows (Parte externa – Terraço) 15h as 17h

Mostra Artística (Parte externa – Palco Praça) 17h30 às 20h30

12 de julho a 03 de agosto

Exposição Artística (Galeria Túnel), dentro do horário de

funcionamento do parque;

15 de julho a 03 de agosto

Residência artística (Parte externa – Palco terraço) terças e quintas 15, 17, 22 e 24, 29 e 31 de julho de 13h às 17h;

03 de agosto

Oficina Funk e passinho (Parte externa – Terraço – 13h as 16h)

Batalha de Rima (Parte externa -Terraço – 16h00 às 18h00)

Espetáculo Residência (Parte externa – Terraço – 18h às 20h)

Todas as atividades serão realizadas no Parque Glória Maria – Rua Murtinho Nobre, 169 – Santa Teresa – RJ

 

Fonte: Fernanda Portella

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