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Especialista do Hospital Mater Dei Goiânia explica sinais de atenção, fatores de risco e avanços no tratamento da doença que já afeta 2 milhões de brasileiros
Setembro é marcado pela campanha mundial de conscientização sobre a Doença de Alzheimer, condição neurodegenerativa que afeta milhões de pessoas no Brasil e no mundo. De acordo com estimativas, cerca de 2 milhões de brasileiros vivem atualmente com Alzheimer, número que pode triplicar até 2050.
Globalmente, mais de 55 milhões de pessoas têm algum tipo de demência, sendo o Alzheimer a forma mais comum.
Segundo o médico neurologista Marcos Alexandre, do Hospital Mater Dei Goiânia, o atraso no diagnóstico ainda é um grande desafio.
“Estamos diante de uma epidemia silenciosa. O que vejo no consultório reflete os números: muito subdiagnóstico e demora para iniciar cuidado e planejamento familiar, porque muitos ainda encaram o esquecimento como algo normal da idade”, afirma.
Sinais de alerta e diagnóstico precoce
Entre os sinais de alerta que devem ser observados, estão perda de memória recente que compromete tarefas do dia a dia, dificuldade em organizar atividades simples, repetição de perguntas, desorientação em locais conhecidos, troca de palavras, mudanças de humor e comportamento, além de distúrbios do sono.
“O ponto-chave é que não se trata de esquecer onde deixou a chave de vez em quando, mas de alterações persistentes que afetam a rotina. Quando isso ocorre, é hora de procurar avaliação especializada cedo”, destaca o médico.
O especialista ressalta que identificar a doença nas fases iniciais faz diferença no tratamento. “O diagnóstico precoce permite iniciar terapias e organizar o cuidado, prolongando autonomia e bem-estar. O paciente participa das decisões, a família se planeja e os tratamentos medicamentosos e não medicamentosos rendem mais”, explica Marcos.
Além da idade avançada e da genética, condições como hipertensão, diabetes, colesterol alto e obesidade estão entre os fatores de risco. Por outro lado, hábitos como atividade física regular, alimentação saudável, controle de doenças crônicas, vida social ativa e aprendizado contínuo ajudam a reduzir a probabilidade de declínio cognitivo.
Marcos Alexandre chama a atenção para o papel central da família no dia a dia do paciente. “O Alzheimer muda a dinâmica da casa. O cuidador organiza rotina, segurança, medicação e alimentação, mas também oferece vínculo e afeto. Dividir tarefas e buscar rede de apoio é fundamental para evitar o adoecimento de quem cuida”, orienta.
No Hospital Mater Dei Goiânia, o atendimento é realizado de forma integrada, reunindo especialistas de neurologia, geriatria, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, nutrição e terapia ocupacional. “Utilizamos protocolos atualizados e recursos de alta precisão, sempre personalizando o cuidado, seja durante internação ou no acompanhamento ambulatorial”, explica o neurologista.
Para as famílias que convivem com a doença, a mensagem é clara. “Não normalizem esquecimentos persistentes: investiguem cedo. Invistam em movimento, bons hábitos, aprendizado contínuo, alimentação saudável e vida social ativa. E lembrem: a pessoa vem antes da doença. Paciência e respeito à dignidade são tão terapêuticos quanto qualquer remédio”, conclui.
Fonte: Palavra Comunicação