O vereador do PT Juliano Freitas e Zezé di Camargo. Foto/Divulgação/Redes Sociais
Vereador Juliano Freitas do PT em São Gonçalo, criticou o sertanejo que fará show com verba federal
O cantor sertanejo Zezé Di Camargo voltou a gerar polêmica ao usar suas redes sociais para criticar a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na inauguração de um canal de televisão, manifestando indignação com a participação do chefe do Executivo em um evento de cunho social e cultural. A reação ganhou repercussão após o artista afirmar que se sentiu incomodado a ponto de pedir o cancelamento da exibição de seu tradicional especial de Natal na emissora.
No entanto, documentos oficiais revelam uma contradição evidente no discurso do cantor. Zezé Di Camargo foi contratado, por inexigibilidade de licitação, para realizar um show no dia 4 de janeiro de 2026, durante a Festa de Reis, no município de São José do Egito, em Pernambuco. O contrato, firmado entre a Secretaria Municipal de Cultura e a empresa Classical Holding Intermediação de Negócios Ltda., tem valor de R$ 500 mil.
O que chama atenção é a origem dos recursos. Conforme descrito no próprio contrato, o cachê será custeado com verbas federais previstas no orçamento de 2025/2026, ou seja, recursos do Governo Federal sob a gestão do presidente Lula o mesmo governo criticado publicamente pelo artista.
Para o vereador Juliano Freitas (PT), de São Gonçalo, o episódio escancara uma incoerência recorrente em parte do meio artístico alinhado à direita. “É no mínimo contraditório atacar o presidente Lula enquanto se beneficia diretamente de recursos federais. Não existe dinheiro neutro: quando o artista sobe no palco com verba pública, ele está sendo financiado por políticas culturais de um governo que ele escolhe criticar”, afirmou.
Juliano destaca ainda que a política cultural do Governo Federal tem como objetivo democratizar o acesso à cultura e movimentar a economia local, especialmente em cidades do interior. “O problema não é receber recurso público, isso é legítimo. O problema é demonizar o governo que investe na cultura enquanto aceita o cachê sem constrangimento. Isso não é crítica política, é oportunismo”, completou.
O caso reacende o debate sobre o uso seletivo do discurso político e a relação entre artistas, financiamento público e posicionamentos ideológicos. Enquanto criticam o governo federal nas redes sociais, muitos seguem sendo beneficiados por políticas públicas que garantem eventos, circulação cultural e geração de renda em diversas regiões do país.
*Hoje 16/12, O SBT informou que cancelou a exibição do Especial de Natal “É Amor”, do cantor Zezé di Camargo, que iria ao ar no próximo dia 17.
Fonte: Ascom

