Atividade integra eventos da campanha Janeiro Roxo
Dentre as atividades para lembrar a Campanha Janeiro Roxo – que aborda a conscientização sobre a prevenção e tratamento adequado da hanseníase – a Secretaria de Saúde da Prefeitura de São Gonçalo realizou o 1º Seminário Municipal Sobre Hanseníase nesta quarta-feira (22). O evento aconteceu na Universidade Salgado de Oliveira (Universo), na Trindade, e reuniu os servidores da rede municipal de saúde.
O tema da campanha Janeiro Roxo deste ano é “Hanseníase: conhecer e cuidar de janeiro a janeiro”, que reforça a necessidade de sensibilização e educação contínua. Para a coordenadora do Programa Municipal de Hanseníase (PMH), a enfermeira Savana das Graças, o seminário foi de grande valia para os servidores que trabalham diretamente com o atendimento ao público.
“A hanseníase é uma doença, muitas vezes, negligenciada. Mas com grande impacto na saúde pública e na qualidade de vida das pessoas. Hoje, com o apoio do Estado, discutimos o panorama da hanseníase na cidade e fortalecemos o compromisso no enfrentamento dessa realidade”, opinou Savana.
As palestras foram ministradas pelo dermatologista Dr. Leonardo Lora, do Ambulatório Souza Araújo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz); pelo dermatologista Dr. José Leonardo Rodrigues Machado, do PMH; e pela fisioterapeuta Joyce Torres, também do PMH.
“Estamos muito felizes de realizar esse primeiro seminário municipal. A hanseníase é uma doença silenciosa, as pessoas sofrem muito preconceito e a doença tem muitos estigmas. Temos que combater a desinformação para levar mais humanização no cuidado”, refletiu a subsecretária de Saúde Coletiva, Thainá Fratane.
O seminário foi encerrado com uma apresentação do grupo de teatro Bacurau Morhan (Movimento de Reintegração das Pessoas Acometidas pela Hanseníase (Morhan)) com o tema “A eliminação do estigma e do preconceito para a melhoria da qualidade de vida”.
“Estamos vivendo um momento ímpar e muito importante. O preconceito tem que acabar e vai acabar assim: com informação, orientação e com pessoas dedicadas. Temos sempre que lembrar que a hanseníase tem tratamento e tem cura”, lembrou o subsecretário da Atenção Básica, Gabriel Mello.
Ainda participaram do seminário representantes da Secretaria de Estado de Saúde, do Morhan e da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (Pnaisp).
O Programa Municipal de Hanseníase também realiza palestras nas salas de espera das unidades de saúde. O objetivo é orientar a população sobre a doença e o seu tratamento. Na próxima semana, entre os dias 28 e 31, as ações acontecem em três polos sanitários e no PAM Neves (confira a programação abaixo).
“Apesar da incidência da hanseníase ser baixa em São Gonçalo, sabemos que há muitas subnotificações. Por isso, ressaltamos a importância da observação dos servidores de saúde durante as consultas nas unidades, da busca ativa e da informação precisa para os pacientes. Esse seminário veio somar e vai ajudar na multiplicação da informação nas unidades da rede municipal de saúde”, explicou a secretária municipal de Saúde, Dra. Bianca Serour.
Programação
29/01, às 10h – Polo Sanitário Washington Luiz. Palestra com o tema “Acolhimento Humanizado”
30/01, às 10h – Polo Sanitário Paulo Marques Rangel. Palestras com os temas “Tratamento de Feridas de Situações Crônicas em Hanseníase” e “Autocuidado em Hanseníase: face, mãos e pés”
31/01, às 9h – Polo Sanitário Augusto Sena. Palestra com o tema “Sinais e Sintomas da Hanseníase”
04/02, às 9h – PAM Neves. Palestra com o tema “Aspectos Clínicos da Hanseníase”
Tratamento único e gratuito pelo SUS – São Gonçalo conta com três polos sanitários que realizam o tratamento da doença, sempre de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h: Hélio Cruz, em Alcântara; Washington Luiz, no Zé Garoto; e Augusto Sena, em Rio do Ouro. Este ano, o Paulo Marques Rangel, no Porto do Rosa, também vai ganhar uma sala que está sendo construída para o tratamento.
O tratamento é realizado nos polos, mas os gonçalenses podem procurar qualquer unidade de saúde da família (USF) para diagnosticar a doença. Quanto mais cedo for diagnosticada e tratada, melhor o resultado e menor a chance do paciente ter sequelas físicas. O tratamento leva de seis meses a um ano e o paciente recebe, mensalmente, a medicação.
A Doença – A hanseníase é uma doença transmissível que acomete a pele e os nervos da face, braços, mãos, pernas e pés de crianças e adultos. Sua principal característica é uma mancha esbranquiçada, avermelhada ou amarronzada em qualquer parte do corpo, que não coça e altera a sensibilidade da pele ao calor, à dor e ao tato.
A doença também pode se manifestar através de caroços e inchaços no corpo, em alguns casos avermelhados e doloridos. Também pode dar a sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços, mãos, pernas e pés.
As áreas acometidas podem sofrer com diminuição de pelos e suor e pode ocorrer o espessamento dos nervos, levando à perda da sensibilidade.
Ela é transmitida por meio das vias aéreas, fala, tosse ou espirro e se dá por meio de uma pessoa doente e sem tratamento. No entanto, ela não passa através de contato, como abraço, aperto de mão ou qualquer tipo de carinho. Se não tratada, ela pode causar deformidades e incapacidades físicas.
Fonte: PMSG