Município alerta para importância do acompanhamento a gestantes
O Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna é comemorado neste sábado, dia 28 de maio. São Gonçalo, que atende a mães com gravidez de baixo risco na Maternidade Mário Niajar, no Mutondo, não registrou nenhuma morte neste ano e teve apenas um óbito no ano passado. A cidade atende a cerca de 5 mil grávidas por ano na Atenção Básica e, para garantir a saúde nos nove meses de gestação e no parto, sem complicações para a mãe e bebê, é essencial o acompanhamento com o pré-natal.
A Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil de São Gonçalo oferece em todas as unidades básicas de saúde espalhadas pela cidade (106), clínicas gonçalenses (quatro) e polos sanitários (cinco) o acesso ao pré-natal, que consiste na marcação de consultas e realização de exames como sangue, urina, fezes e ultrassonografia para prevenir, detectar e tratar doenças e complicações – tanto maternas quanto fetais – que podem influenciar a boa evolução da gestação.
“O pré-natal deve ser iniciado o mais cedo possível, a partir do momento de atraso menstrual e confirmação da gestação. Hoje, temos o TIG, que é um teste imunológico para confirmar a gravidez e é feito na hora nas unidades de saúde com apenas uma amostra de urina. O resultado sai de 20 a 30 minutos e pode ser feito em qualquer unidade básica de saúde”, explicou Patrícia Pinheiro, coordenadora do Programa de Atenção Integral de Saúde da Mulher (Paism).
Com a gravidez confirmada, as futuras mamães podem agendar a consulta de pré-natal em um posto de saúde mais próximo de sua residência. O número de consultas deve ser de, no mínimo, sete, mas tudo depende de quando há o início do acompanhamento e o tempo da gestação. “O ideal é que as primeiras consultas sejam mensais. No 7º e 8º meses, elas passam a ser quinzenais e, no último mês, passam a semanais. O acesso de todo o tratamento para as gestantes é garantido”, retificou a obstetra Patrícia.
Todos os partos de baixo risco da rede pública de saúde de São Gonçalo são realizados na Maternidade Mário Niajar, no Mutondo, que tem porta aberta, funciona todos os dias, durante 24 horas e não há necessidade de marcação prévia. A unidade realizou nos primeiros três meses deste ano, 1.132 partos, sendo 647 normais e 485 cesarianas. No ano passado, foram 4.532: sendo 2.477 normais e 2.055 cesarianas. “Quando a bolsa estoura ou as mães começam a sentir as contrações, elas podem procurar a maternidade sem a necessidade de agendamento. O mesmo acontece quando há qualquer emergência obstétrica”, disse a médica.
Alto Risco – Quando, durante o tratamento, é identificada alguma doença na mãe ou no feto, a gestante é encaminhada para a Clínica Gonçalense do Mutondo ou para a Policlínica Gonçalense de Referência para Doenças Crônicas e Transmissíveis, na Parada 40, onde há obstetra que faz o tratamento da gravidez de alto risco.
“Nestas unidades são atendidas as gestantes hipertensas, diabéticas, com cardiopatias, pneumopatias, doenças reumatológicas, doenças endocrinológicas, epilepsia, entre outras. As consultas são mais frequentes para prevenir as complicações e encaminhamentos às unidades de alto risco. Os partos de alto risco são realizados no Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal), no Fonseca, e são marcados através do Sistema Estadual de Regulação (SER)”, finalizou a coordenadora.
Papel filtro – As gestantes atendidas pela rede pública de São Gonçalo têm um exame inovador à disposição. Trata-se do serviço de triagem pré-natal em papel filtro do Laboratório Municipal Ana Nery, que rastreia 10 doenças. O procedimento é semelhante ao teste do pezinho. Precocemente detectadas, elas podem ser tratadas, ainda durante a gestação, evitando a transmissão para o feto. Outro destaque do exame é que ele é realizado apenas com um furo no dedo da grávida, como o teste de glicose, evitando a retirada de sangue tradicional.
O teste do papel filtro deve ser realizado assim que a gravidez é confirmada e no último trimestre da gestação. Todas as grávidas que iniciam o pré-natal na rede pública de saúde de São Gonçalo têm acesso ao exame já nas primeiras consultas. O exame está disponível em todos os postos de saúde da cidade.
“As doenças presentes durante a gravidez e não diagnosticadas e tratadas adequadamente podem causar danos à saúde do feto e da gestante. Quando detectadas precocemente, podem ser tratadas com maior êxito e seu maior benefício é a possibilidade de erradicar a transmissão de mãe para filho das doenças como patologias hereditárias, parasitárias e infecciosas, evitando parto prematuro, surdez, malformações, retardo mental e até o óbito fetal”, disse a biomédica Marcele Antunes Balonecker, do Laboratório Municipal Ana Nery.
Exames realizados com o papel filtro:
• HBsAg
• HBcAg
• HCV
• HIV 1⁄2 AB
• HTLV
• TSH
• Sífilis Total
• Rubéola IGM/IGG
• Toxoplasmose IGM/IGG
• Citomegalovírus IGM/IGG