A Prefeitura de São Gonçalo, através da Secretaria Municipal de Saúde, inaugurou nesta sexta-feira (14) sua primeira Unidade de Acolhimento Infanto-Juvenil (UAI) Bem Viver, localizada ao lado do PAM Coelho, no bairro de mesmo nome. O serviço de acolhimento em caráter transitório atende pessoas entre 10 e 18 anos, de ambos os sexos, 24 horas por dia, sete dias por semana. O serviço é voltado aos usuários prejudiciais de álcool e outras drogas que apresentem necessidade de acolhimento devido à vulnerabilidade social e/ou familiar e precisem de uma suspensão territorial. Cada residência pode acolher até dez crianças e adolescentes com a permanência de até 6 meses. Os atendidos são acompanhados pela equipe da UAI formada por uma coordenadora, assistente social, enfermeiros e agentes de cuidados. “Com a abertura da UAI poderemos ampliar o serviço prestado no Capsi, que alia o tratamento, o acompanhamento clínico e os cuidados de reintegração social, além da construção de laços familiares que promovem a reabilitação psicossocial. Não vale alienar o paciente em unidades hospitalares, e sim acolher suas necessidades dentro da sociedade em que vive”, explica o prefeito, José Luiz Nanci.
Nas unidades, o menor recebe orientações de acordo com os preceitos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), além de ter garantido os direitos de moradia, educação e convivência familiar. A porta de entrada para a UAI pode ser tanto o Centro de Atenção Psicossocial infanto-juvenil (Capsi) quanto o Centro de Atenção Psicossocial de álcool e outras drogas (Caps Ad). O menor é indicado à transferência de uma unidade de acolhimento após a demanda ser avaliada e compartilhada pelos Capsi e Caps Ad. “Desinstitucionalização pode parecer uma palavra difícil, mas, pensar seu significado e importância facilitam a compreensão de que tratamentos que garantam autonomia e cidadania a todos os sujeitos são possíveis. Temos que trabalhar com uma reeducação no modo de entender esses transtornos para serem tratados não como estigma, mas, sim, como um modo diferente de ver e estar no mundo”, explica a coordenadora municipal de Saúde Mental, Aparecida Lobosco. O atendimento do Município às crianças e adolescentes com transtornos mentais e sofrimento psíquico também foi reconhecido como referencial durante a pandemia da Covid-19. O Centro de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil Joaquim dos Reis Pereira (CAPSi) em Alcântara, destacou-se e foi escolhido em todo o Estado pela Secretaria Estadual de Saúde para apresentar as suas ações, que são realizadas com os adolescentes. Pensando as suas participações coletivas e primordialmente a articulação dos movimentos sociais mobilizadores na cidade. O Movimento da Luta Antimanicomial é um processo organizado de transformação dos serviços psiquiátricos, derivado de uma série de eventos políticos globais, baseado no discurso do médico italiano Franco Basaglia. No Brasil, iniciou-se no final da década de 70 e é caracterizado pela defesa dos direitos das pessoas com sofrimento mental, tendo o direito fundamental à liberdade, o direito a viver em sociedade, além do direito a receber cuidado e tratamento sem que para isto tenham que abrir mão de seu lugar de cidadãos.
Para pessoas que sofrem de transtornos psicossociais, as unidades do Caps e Capsi estão de portas abertas para atender a população de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
SERVIÇO:
Unidade de Acolhimento Infanto-Juvenil (UAI)
Endereço: Rua Candido Reis, 98 – Coelho, São Gonçalo (ao lado do PAM Coelho)
Funcionamento: Todos os dias
Horário: 24h