Retaguarda e Franciscano deixam de ser exclusivo para covid-19
O Hospital de Retaguarda Gonçalense, no Centro da cidade, e o Hospital Franciscano Nossa Senhora das Graças, em Lagoinha, agora são para internações clínicas. Com a troca de perfil, São Gonçalo ganhou mais 128 leitos. Com a redução das internações de Covid-19 – teve uma em cada unidade no último mês – os hospitais passaram a abrigar os pacientes que chegam ao Pronto Socorro Central, aqueles que passam por intervenções cirúrgicas no Hospital Luiz Palmier (HLP), ambos no Zé Garoto; e ainda das Unidades Municipais de Pronto Atendimento (Umpas) de Nova Cidade, Pacheco e Santa Luzia.
Desde março, os hospitais atendem às novas internações e, para isso, fizeram mudanças nas instalações e adequações de espaços para atender a um número maior de pacientes. Atualmente, no Retaguarda, há 70 leitos na unidade de saúde, sendo 46 de enfermaria e 24 de unidade de terapia intensiva (UTI). No Franciscano, são 58 leitos – 35 de enfermaria e 23 de UTI.
Além das mudanças estruturais, o Retaguarda também passou por mudanças físicas com nova pintura, troca da iluminação, fechaduras nas portas, poda de árvores dos fundos do local e abertura de novos espaços para melhor acolher também os acompanhantes e visitantes dos pacientes, já que antes – com as internações de covid-19 – não havia a visitação e presença de acompanhantes, o que hoje já é realidade, também no Franciscano.
A higienização do hospital está sendo feita com empresa terceirizada e os prontuários passaram a ser eletrônicos. “A gente mudou o perfil. Tivemos que fazer muitas mudanças e adaptações com o novo tipo de atendimento. Não só estrutural e física, mas de fluxo, de rotina. Na época da covid, eram 60 leitos e nem todos estavam ocupados. Hoje, temos 59 pacientes internados. Praticamente dobrou o número de pessoas dentro da unidade e o coronavírus também não deixou de existir. Se aparecer, a gente tem leito para covid separado também”, disse o diretor geral do Hospital de Retaguarda Gonçalense, Rodrigo Bastos de Souza.
A transformação dos hospitais veio para, principalmente, esvaziar as unidades de urgência e emergência da cidade para atender a população que precisa deste tipo de serviço. “As pessoas que chegam às urgências, mas com casos de cirurgias eletivas, por exemplo, são transferidas para o Retaguarda para que os leitos das emergências sejam usados para este fim. Todos que chegam aqui são regulados. Aqui não é porta aberta. Assim, os gonçalenses não podem procurar o hospital para os atendimentos”, finalizou Rodrigo.
O mesmo acontece no Franciscano, que não atende a pacientes que vão direto ao local. Todos são regulados. “Os hospitais mudaram o perfil e a população é quem mais vai ganhar com isso. São mais leitos disponíveis em hospitais que tornaram-se referência para a covid, mas estão preparados para atender às internações clínicas. Os novos leitos estão ajudando na aceleração das cirurgias e melhor atendimento nas unidades de emergência”, disse o diretor geral do Franciscano, Anderson Estrella.
Números – Em fevereiro, quando ainda era hospital para internações covid, o Retaguarda teve 54 internações. Em março, quando começou a internação clínica, os números pularam para 118 internações. Em abril foram 100 internações. No Franciscano, em fevereiro, foram 84 internações. Em março foram 49 e abril, 75 internações.