Andrezão (de boné) com colegas professores do projeto de samba. Foto Divulgação

Andrezão (de boné) com colegas professores do projeto de samba. Foto/Divulgação

“Cirandeando com o Cacique” é o projeto cultural que reúne alunos em uma nova oficina de samba, em Niterói. A inspiração é a trajetória do bloco Cacique de Ramos, celeiro de bambas e de instrumentos lançados pelos seus fundadores com o grupo Fundo de Quintal. Gratuitas, as aulas acontecem às segundas-feiras, com convidados especiais para conversar com a turma, às 18h, na Escola Técnica Estadual Henrique Lage/Faetec, no Barreto. Já passaram por lá nomes como Paulão Sete Cordas e Andrezão do Cacique. Nesta segunda (1), véspera do Dia do Samba, o convidado é o músico e luthier de pandeiros Marcelo Pizzott, morador da cidade.

 

Com 140 inscrições e atividades até o final de janeiro, o projeto tem oficinas de violão, cavaco, repique, tantan, pandeiro, surdo e tamborim. As aulas são conduzidas pelos músicos do Grupo Ciranda: Rodrigo Jesus (pandeiro), Dinho Rosa (repique e surdo), Rodrigo Reis (tantan) e Leandro Saramago (violão), tendo como convidados Bebeto Sorriso (tamborim) e Daniel Scisinio (cavaco), no time de professores.

Além de ter nas rodas de conversas músicos com trajetórias marcadas pelo Fundo de Quintal, os sucessos do grupo também estão presentes no repertório das oficinas. Com alunos de idades e origens variadas, o “Cirandeando com o Cacique” quer fechar a programação com três apresentações públicas da turma, como diz Rodrigo Jesus, que coordena o projeto e com o Ciranda acompanhou por muito tempo o sambista Luiz Carlos da Vila, um dos grandes artistas das rodas do Cacique.

Participante de projetos sociais e musicais há muitos anos, Andrezão do Cacique elogiou o que viu no Barreto e o interesse da turma. Ele contou que quando começou, na era pré-internet, os jovens que queriam tocar iam procurar as baterias das escolas de samba, sem contar muito com a atenção de professores dispostos a ajudar:

“Aprendíamos na marra e prestando atenção nos mais velhos. Sobre o repique de anel, o instrumento lançado nos anos 1960 estava esquecido. Comecei a prestar a atenção e assimilei como ele era tocado em gravações dos discos de Clara Nunes e Roberto Ribeiro. Passei a ser chamado para as rodas por causa da minha batida com os anéis dos dedos no instrumento.”

Marcelo Pizzott. Foto/Divulgação

Andrezão recordou que depois teve o nome do bloco incorporado ao dele e fez sucesso no grupo Partideiros do Cacique e no disco “Raça Brasileira 20 anos”.  

Andrezão acrescentou que já viajou e conheceu muitos músicos pelo mundo, mas que não viu nada como a criatividade musical do Cacique e do Fundo de Quintal, que nos anos 1980 teve a invenção do repique de mão e do tantã, transformando as rodas de samba. Foi lá também que surgiu a adaptação do banjo com afinação de cavaquinho.

Ainda com vagas disponíveis, o projeto “Cirandeando com o Cacique” tem fomento do Governo Federal e do Ministério da Cultura através da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural. É uma realização do Campus Avançado e do Grupo Ciranda, com assessoria de produção da Realize Cultura e apoio da C Siston Produções, Mosaico Cultural e da Faetec, através da Escola Técnica Estadual Henrique Lage/Faetec, que fica na Rua Guimarães Júnior, 182, no Barreto. 

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