Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão pós-parto atinge cerca de 15% das puérperas nos países desenvolvidos, e 19% nos países em desenvolvimento. Ainda de acordo com a OMS, o conceito de saúde mental é o “estado de bem-estar em que o indivíduo é consciente de suas próprias capacidades e pode lidar com o estresse normal da vida, trabalhar de maneira produtiva e contribuir para sua comunidade”. Assim, é necessário que as mães tenham um equilíbrio entre todas as demandas do cotidiano. Contar com uma rede de apoio, como pessoas da família e de amigos faz toda a diferença na saúde mental materna, para que a mãe não chegue à sensação de esgotamento. Entre os adoecimentos mais comuns no pós-parto estão:
– A melancolia ou tristeza materna, o Baby Blues, que atinge cerca de 85% das mulheres nas primeiras semanas após o parto. Os sintomas tendem a se dissolver com o passar dos dias, não sendo necessário nenhuma intervenção terapêutica ou psiquiátrica.
– A depressão pós-parto (DPP) é caracterizada pela tristeza prolongada, embotamento, perda de motivação, retraimento e isolamento, sensação de incapacidade e de culpa constante. Em alguns casos podem ocorrer episódios maníacos, preocupação excessiva com limpeza, entre outros. É fundamental a avaliação dos fatores de risco e de proteção, que poderão auxiliar na conduta e tratamento adequado.
– A psicose puerperal, que normalmente é diagnosticada por episódios maníacos, depressivos ou psicóticos e apresenta como sintomas característicos um quadro delirante, alucinatório, grave e agudo, que aparece do segundo dia a 3 meses depois do parto.
– O transtorno de pânico pós-parto (TEPT), que é desenvolvido como resposta à exposição frente a um evento traumático. O TEPT pode ocorrer antes mesmo da gestação, durante ou no decorrer do parto. Em situações como: perdas perinatais, morbidades maternas graves, experiências de partos complicados, violência obstétrica, procedimentos invasivos e intervenções no parto, entre outros. Manifesta-se por meio de sintomas de ansiedade elevada e comportamentos obsessivos-compulsivos, incluindo aqueles dedicados ao bebê, como conferir repetidas vezes se o mesmo está respirando, se está no berço. Enfim, um excesso generalizado de proteção.