Se o paciente mentir em terapia, os resultados serão bem menos eficazes, mas um bom profissional toma precauções para prevenir isto, afirma o médico psiquiatra Dr. Flávio H. Nascimento
A terapia, para além de uma ferramenta utilizada no tratamento de diversas patologias, também pode ser usada como apoio no dia a dia pelos seus grandes benefícios, mas mesmo assim existem fatores que podem prejudicar esse processo.
A relação entre paciente e terapeuta é construída sobre a confiança mútua e a honestidade. No entanto, é comum que pacientes, em algum momento, sintam-se tentados a esconder a verdade ou até mesmo mentir durante as sessões terapêuticas. Mas afinal, o que acontece se o paciente mentir na terapia?
O que leva o paciente a mentir durante a terapia?
De acordo com o médico psiquiatra Dr. Flávio H. Nascimento, os mais diversos motivos podem levar um paciente a omitir ou criar fatos durante uma sessão de terapia.
“A mentira durante a terapia pode surgir de várias razões, muitas vezes relacionados ao medo de julgamento ou à vergonha de expor fragilidades, o paciente pode sentir receio de ser mal compreendido ou de decepcionar o terapeuta”.
“Mas às vezes, a necessidade de manter uma imagem idealizada de si mesmo prevalece e a falta de confiança no processo terapêutico e o medo de confrontar questões dolorosas também podem contribuir para a mentira”, explica Dr. Flávio H. Nascimento.
Mentir na terapia afeta os efeitos do tratamento?
Omitir informações durante a terapia prejudica os resultados do tratamento e atrapalha o uso das técnicas mais adequadas, explica Dr. Flávio.
“Mentir durante a terapia compromete diretamente todo o processo terapêutico, a falta de transparência distorce a compreensão do terapeuta sobre a problema e dificulta um diagnóstico mais preciso, levando a intervenções inadequadas e, consequentemente, menos resultados positivos”.
Como o profissional pode evitar esse tipo de problema durante a terapia?
As mentiras podem ocorrer durante o tratamento, mas existem mecanismos durante a terapia que podem ajudar a evitá-las e a deixar o paciente mais à vontade durante o processo, afirma Dr. Flávio.
“Não é possível evitar totalmente esse tipo de distorção, mas um bom profissional consegue identificar mentiras e montar estratégias para controlá-las, priorizando a lógica e acolhimento ao invés do julgamento do paciente”.
“Além disso, o terapeuta precisa ter um bom primeiro contato com o paciente, para que ele se sinta seguro e confiante com as etapas do processo, para ter mais facilidade para se abrir durante o tratamento”, explica.
Sobre Dr. Flávio H. Nascimento
Dr. Flávio Henrique é formado em medicina pela UFCG, com residência médica em psiquiatria pela UFPI e mais de 10 anos de experiência na área de psiquiatria. Diagnosticado com superdotação, tem 131 pontos de QI o que equivale a 98 de percentil e é membro do CPAH – Centro de Pesquisa e Análises Heráclito como pesquisador auxiliar.
Fonte: MF Press Global