
Dra. Camila Borges - Foto/Divulgação
Especialista alerta para a troca de vírus, bactérias e fungos durante o ato, e reforça a importância da higiene bucal e das novas tecnologias de profilaxia para proteger o bem-estar
São Paulo, abril de 2025 – O beijo, muito mais do que um simples gesto de carinho e afeto, possui profundas implicações para a saúde bucal e geral. Esse contato íntimo, que envolve a troca de saliva, pode ser um canal para a transmissão de microrganismos. Por isso, é crucial manter uma boa higiene oral. Cuidar da saúde da boca não apenas preserva o frescor do beijo, mas também garante que esse ato simbólico continue a ser uma expressão de amor e conexão saudável.
“A boca é um ambiente quente, úmido e com pouca luminosidade, ideal para a proliferação de bactérias, vírus e fungos. Durante o beijo, ocorre uma troca significativa desses microrganismos, o que pode aumentar o risco de doenças bucais e sistêmicas”, alerta a Dra. Camila Borges Fernandes, ortodontista, periodontista e adepta do Protocolo GBT da EMS.
Entre os principais vírus que podem ser transmitidos pelo beijo estão o Herpes Simples Tipo 1 (HSV-1), a mononucleose infecciosa (conhecida como “doença do beijo”), o Citomegalovírus (CMV), além de vírus da gripe e da COVID-19. Já entre as bactérias, destacam-se a Streptococcus mutans, associada à cárie; Neisseria meningitidis, causadora da meningite; e Treponema pallidum, relacionada à sífilis. A candidíase oral (ou sapinho), causada pelo fungo Candida albicans, também pode ser transmitida dessa forma.
Para além do beijo ocasional, relacionamentos duradouros também podem influenciar a saúde bucal mútua. “A condição bucal de um parceiro afeta diretamente a do outro. Se um não mantém a higiene adequada, o outro pode acabar exposto a patógenos que desequilibram microbiota oral”, explica a especialista.
Biofilme: o vilão invisível
Grande parte dos problemas de saúde bucal tem início no acúmulo de biofilme — a conhecida placa bacteriana. Invisível a olho nu, essa camada pegajosa se forma constantemente nos dentes, língua e gengiva, e, se não for removida adequadamente, pode desencadear doenças como cárie, gengivite, halitose e até infecções mais graves.
A Dra. Camila explica que, além dos cuidados diários como escovação e uso de fio dental, a profilaxia profissional, conhecida como “limpeza dental”, é essencial para a remoção completa do biofilme. “Esse procedimento, realizado no consultório, atinge áreas de difícil acesso, promove uma limpeza profunda, reduz o risco de doenças e melhora o hálito, proporcionando ainda uma superfície dental mais lisa e fácil de manter”, diz.
Tecnologia que transforma o cuidado
A evolução da odontologia trouxe novas alternativas para quem busca uma experiência mais eficiente e confortável. Um exemplo é o Protocolo GBT (Guided Biofilm Therapy), adotado por clínicas certificadas no Brasil. Desenvolvido com base em evidências científicas, ele substitui a tradicional raspagem com curetas por uma tecnologia menos invasiva, com jato de ar, água morna e pó ultrafino de eritritol, que possui ação anticariogênica.
“A GBT é uma abordagem que oferece maior precisão na remoção do biofilme, sem causar dor ou desconforto ao paciente. É mais eficaz, preserva o esmalte dental e os tecidos gengivais, além de contribuir para a prevenção de doenças bucais e até sistêmicas”, destaca a Dra. Camila.
Com uma rotina de higiene bucal bem estabelecida e visitas regulares ao dentista, é possível reduzir significativamente os riscos de transmissão de doenças — e garantir que o beijo continue sendo apenas sinônimo de prazer e bem-estar.
Fonte: Sandra Santos