O desassoreamento deste trecho da Baía de Guanabara acontecerá entre a Ilha da Conceição e a Ponte Rio-Niterói e aumentará de 7 para 11 metros a profundidade (calado), o que permitirá o aumento da função operacional dos estaleiros, o estímulo a novas construções de embarcações e a movimentação do setor de reparos e offshore. Na década de 1970, a construção naval e de marinha mercante chegou a empregar mais de 40 mil trabalhadores no estado. Em 2014, a Frente Marítima com base em offshore e o setor pesqueiro também chegaram a empregar cerca de 40 mil pessoas. Só em Niterói, eram mais de 20 mil trabalhadores.
Através de Parceria Público Privada (PPP), a Prefeitura quer trazer para a cidade o que há de mais moderno na indústria da pesca, com base em portos pesqueiros semelhantes aos existentes em grandes cidades europeias e asiáticas, beneficiando pescadores e armadores. Seguindo modelos internacionais, o local também servirá para a realização de leilões. A área será de 6.548 metros quadrados.
O prefeito Axel Grael destacou que um novo terminal pesqueiro na região vai atender a indústria da pesca de todo o estado e colocar Niterói entre as principais cidades do país em captura, exportação e distribuição em grande escala de pescado industrial.
“A dragagem do Canal de São Lourenço vai viabilizar o funcionamento do Terminal Pesqueiro. Uma parceria com o Governo Federal nos permitiu municipalizar este equipamento. A obra aumentará a profundidade do canal, o que vai ampliar significativamente a capacidade de navegação do local. Paralelamente a isso, fizemos um pedido ao BNDES para que abra crédito especial para as empresas que estão se estruturando na cidade, a partir desta obra, para que possam estar em competitividade com outras do setor”, explicou Axel Grael.
Para o ex-prefeito e atual secretário Executivo da Prefeitura, Rodrigo Neves, assim como o Brasil, Niterói está ajustando sua rota para voltar a se destacar na indústria naval. A cidade tem 35 berços de atracação (públicos e privados) homologados pelo Governo Federal, somando mais de 3.300 metros lineares de cais acostáveis, com profundidades variando entre 4 e 9 metros.
“Um ciclo de governos progressistas fez de Niterói uma referência de boa gestão, de qualidade de vida. Isso foi graças ao esforço consciente do nosso povo, que votou pela democracia, votou pelos direitos humanos e votou pela preservação das nossas florestas. Temos o desafio de promover o desenvolvimento sustentável dessa região. Dos 4 milhões de barris de petróleo do Brasil, o Rio de Janeiro produz 3 milhões e 500 mil. A gente precisa voltar a falar em todos os cantos aquilo que o presidente Lula tem falado e que precisamos reforçar: não podemos ter vergonha de dizer que nós exigimos e vamos lutar por conteúdo nacional nas encomendas da Petrobrás”, enfatizou Rodrigo Neves.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destacou a importância do Complexo Naval e Portuário de Niterói para a retomada do setor em nível nacional de acordo com o planejamento do Governo Federal.
“Ninguém pode contar a história do Rio de Janeiro sem falar dos aeroportos e a importância da indústria naval para a economia brasileira. O presidente Lula colocou que é uma prioridade do seu governo fortalecer a indústria naval de Niterói para gerarmos emprego e renda para essa região e para o Brasil. A dragagem do Canal de São Lourenço, através de parceria entre a Prefeitura e o Governo Federal, vai viabilizar essa obra no Canal e no Terminal Pesqueiro. O presidente Lula mais uma vez vai retomar a indústria naval do país e Niterói terá um papel fundamental”, afirmou o ministro.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, esteve presente na cerimônia que marcou o início da dragagem do Canal de São Lourenço e ressaltou a importância de as diferentes esferas de governo estarem alinhadas para impulsionar a retomada do setor naval no estado.
“Quero parabenizar o Governo Federal e a Prefeitura de Niterói por esse projeto fantástico que vai, com certeza, transformar essa indústria tão importante no Rio de Janeiro. Conseguimos, através de uma grande parceria com a Prefeitura de Niterói, fazer todas as licenças ambientais para tirar esse projeto do papel e poder fazer essa verdadeira transformação. O Rio de Janeiro concentra 85% da produção de petróleo brasileira e 75% de todo o gás natural produzido. Por isso, o governo do Estado criou a Secretaria de Energia e Economia do Mar para colaborar com a recuperação dessa indústria tão importante que é a indústria naval”, disse o governador.