
Foto: Divulgação
Atividade ocorreu na Escola Municipal Marcus Vinicius Cruz de Mello Moraes, em Santa Izabel (SG)
O Projeto NEACA Tecendo Redes, realizado pelo Movimento de Mulheres em São Gonçalo (MMSG) em parceria com a Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental, promoveu, na quinta-feira (21/08), uma ação de combate e prevenção ao abuso e exploração sexual contra crianças, na Escola Municipal Marcus Vinicius Cruz de Mello Moraes, em Santa Izabel (SG).
Direcionada às crianças (de 7 a 11 anos) e profissionais do ensino fundamental, a ação pedagógica denominada ‘Toque Bom e Toque Ruim’ ocorreu em dois turnos (manhã e tarde) e contou com atividades lúdicas e divertidas, aludindo a proteção do corpo, os direitos das crianças., a identificação de situações perigosas e constrangedoras e a divulgação de canais de apoio e denúncias.
Com base na Cartilha Tecendo Redinhas, a equipe técnica do NEACA/SG conversou com as crianças sobre os toques que são bons (aqueles que demonstram carinho: como abraços da família ou amigos próximos; ou quando você se sente confortável); e os toques que não são bons (aqueles que machucam, assustam ou fazem sentir medo).
Cerca de 100 alunos (em quatro turmas) participaram das atividades. Ao final, os técnicos do NEACA/SG realizaram uma rápida avaliação sobre as garantias de direitos (nos casos de perigo ou constatação de abusos) e a importância de acessar o Disque 100, canal criado para denúncias de qualquer violação dos direitos das crianças.
A equipe do NEACA/SG foi composta pela pedagoga Anna Maria Cabral, a educadora social Maria Eduarda Cunha e a articuladora de redes Márcia Natalina.
A escola precisa ser um ‘espaço de confiança’ para as crianças
Para a coordenadora do setor pedagógico do NEACA/SG, Anna Maria Cabral, para além do papel didático, a escola precisa ser um espaço de confiança para as crianças falarem e obterem informações sobre a importância de prevenir e denunciar os abusos e explorações sexuais.
“Usamos atividades lúdicas e divertidas para falarmos sobre o combate e prevenção ao abuso e exploração sexual infantil. Além de instituição de ensino, a escola é um espaço fundamental, onde as crianças podem procurar os professores e colaboradores ao perceberem sendo vítimas de abusos ou tendo seus direitos violados. Nosso objetivo foi ensinar que o corpo é o espaço seguro e merece respeito”, explica a pedagoga.
‘Levar informação é uma forma de prevenção’
Para a psicóloga Cristiane Pereira (Coordenadora Técnica do NEACA/SG), as oficinas promovidas nas escolas são fundamentais para o processo de conscientização ao combate às violências contra crianças e adolescentes, pois levam informações sobre o respeito ao corpo, estimulam a escuta qualificada, a criação de canais de ajuda e a garantia de direitos.
“As oficinas de prevenção às violências realizadas nas escolas levam informação às crianças e criam canais de ajuda, sobretudo em casos de abusos e explorações sexuais infantis. Nas ações, demonstramos aos alunos e professores, através de atividades lúdicas, a importância do respeito ao corpo, da escuta qualificada e da existência de canais de ajuda. Levar informação é uma forma de prevenção”, reitera a psicóloga.
Prevenção às violências precisa de articulação entre instituições
Já a articuladora de rede do Projeto NEACA Tecendo Redes, Márcia Natalina, ressaltou a importância da interlocução entre instituições para levar conhecimento e informações sobre a prevenção às violências.
“O trabalho de prevenção às violências contra crianças e adolescentes precisa passar pelas escolas. Nesse caso, o papel da articulação de redes faz toda a diferença, pois faz a interlocução entre as instituições, profissionais, alunos e suas famílias”, explica Natalina.
A cada 6 minutos, uma criança ou adolescente é vítima de estupro
Levantamento realizado pela Unicef em conjunto com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), em 2024, mostra que uma criança ou adolescente foi vítima de estupro a cada seis minutos, em média, no Brasil. Foram registrados 63.430 casos em 2023, aumento de 17,7% em relação a 2022 — 53.906.
Foram reunidos dados das 27 unidades da federação, ao longo de três anos, quando foram registrados 164.199 estupros de crianças e adolescentes no total. Quase a metade dos casos (48,3%) diz respeito à faixa etária dos 10 aos 14 anos.
Atendimentos em três municípios
O projeto NEACA:Tecendo Redes, iniciado em 2024, com a Parceria da Petrobras, atende demandas relativas às violências domésticas e/ou sexuais e também atua em apoio a outros projetos para capacitação de jovens em situação de vulnerabilidade social.
O projeto abrange os municípios de São Gonçalo, Itaboraí e Duque de Caxias com o objetivo de contribuir para a promoção, prevenção e garantia dos direitos humanos de mulheres, crianças, adolescentes e jovens (até 29 anos).
Em caso de ajuda, os núcleos disponibilizam seus serviços, de segunda à sexta-feira, das 9h às 17h, nos endereços e telefones abaixo:
NEACA (SG)- Rua Rodrigues Fonseca, 201, Zé Garoto. (2606-5003/21 98464-2179)
NEACA Primeira Infância (SG)- Rua Rodrigues Fonseca, 313, Zé Garoto. (21 96750-1595)
NEACA (Itaboraí)- Rua Antônio Pinto, 277, Nova Cidade. (21 98900-4246).
NEACA (CAXIAS) – Rua General Venâncio Flores, 518, Jardim 25 de Agosto. (21 96750-3095).
Fonte: Charles-NEACA