O presidente Lula embarca, nesta sexta-feira (15), para participar da Cúpula do G77 + China, em Cuba, e da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas, nos Estados Unidos, onde fará o discurso de abertura do evento. A agenda inclui ainda um encontro com o presidente americano, Joe Biden, e outras reuniões bilaterais.
A Cúpula do G77 + China vai acontecer na capital cubana, Havana. O grupo, que foi criado em 1964 por 77 nações, hoje tem 134 membros, além da China, e é o principal foro de cooperação dos países em desenvolvimento dentro do sistema ONU. Inclui a grande maioria dos países do chamado Sul Global: da América do Sul e Caribe, África, Oriente Médio, Sul e Sudeste Asiático e Oceania.
O principal objetivo é promover a coordenação dos países em diversas agendas de interesse comum – econômico-comercial, climática, ciência e tecnologia, entre outras – de forma a obter mais poder de barganha no cenário internacional. A conferência ocorre em Havana porque, neste ano, Cuba tem a Presidência temporária, que, em 2024, será passada para Uganda.
“A Presidência cubana colocou como objetivos a consolidação da unidade dos países em desenvolvimento em negociações em assuntos multilaterais, inclusive nas questões de mudanças do clima, a promoção da solidariedade e da cooperação internacionais no contexto da recuperação pós-pandemia e o impulso à reforma da governança financeira internacional. O foco dessa cúpula é a questão da tecnologia”, explicou o embaixador Carlos Cozendey, secretário de Assuntos Multilaterais Políticos do Ministério das Relações Exteriores (MRE), durante um briefing para imprensa na quinta-feira (14).
Além da participação na cúpula, Lula deve ter uma agenda de trabalho com o presidente de Cuba, Miguel Diaz-Canel. Será a primeira viagem oficial de um mandatário brasileiro ao país caribenho em nove anos. A última foi em 2014, quando a então presidenta Dilma Rousseff esteve em Havana.
Em seguida, o presidente Lula viaja para os Estados Unidos, onde fará o discurso de abertura da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, na terça-feira (19). Desde os primórdios da ONU, no fim dos anos 1940, cabe ao governo brasileiro, por tradição, fazer a primeira fala da Assembleia Geral.
O Itamaraty considera que o discurso na ONU será o ponto alto da agenda internacional do presidente Lula neste ano, após presença em seguidos encontros estrangeiros, como os do BRICS, da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e do G20.
Essa será a oitava vez que o presidente Lula irá abrir o encontro. Nos oito anos em que governou o Brasil em seus dois primeiros mandatos, ele deixou de comparecer apenas em 2010.
Na quarta-feira (20), Lula participará do lançamento de uma iniciativa global para promoção do trabalho decente, ao lado do presidente dos EUA, Joe Biden. Também estão previstas outras reuniões bilaterais, multilaterais e ministeriais entre os países participantes da assembleia da ONU e diversos organismos internacionais, à margem do evento.