Professores, alunos e autoridades públicas lotaram o auditório da Faculdade de Direito da UERJ para leitura da “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito” na manhã desta quinta (01). A leitura aconteceu simultaneamente em diversas cidades de 25 estados do país como protesto às reiteradas ameaças do presidente Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral.
Entre os presentes, estiveram o reitor da UERJ, Mario Sergio Alves Carneiro, a diretora da Faculdade de Direito, Heloisa Helena Gomes Barboza, o ex-reitor Ricardo Lodi e o presidente da Assembleia Legislativa do Rio, deputado André Ceciliano (PT).
“Esse é um ato que está acima de qualquer candidatura, é um ato suprapartidário, em defesa da democracia, do nosso futuro e o das futuras gerações. Tenho certeza que essa vai ser a eleição mais importante das nossas vidas porque ela vai além de preferências políticas, é a escolha entre a democracia e a barbárie, entre a arma e o livro, entre a ciência e o terraplanismo”, disse o deputado André Ceciliano.
“Hoje é o dia da virada, de enterrar o autoritarismo que tomou conta desse país nos últimos anos. Fico feliz dessa carta ser lida aqui nesse salão porque aqui foram feitos vários atos de resistência democrática. A faculdade de direito da UERJ resistiu a duas ditaduras e ao golpe de 2016”, comentou Lodi.
Carta remonta ao período da ditadura
O texto é inspirado na “Carta aos Brasileiros”, lançada em 11 de agosto de 1977 em repúdio à ditadura civil-militar. O principal dos atos aconteceu na Faculdade de Direito da USP, instituição responsável pelos dois manifestos – o de 1977 e o de 2022. Neste ano, a carta já recebeu mais de 920 mil assinaturas, dentre elas a do ex-presidente Lula.
Na UERJ, o documento foi lido pelo professor e desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) Luis Gustavo Grandinetti, que foi aluno da UERJ entre 1976 e 1980.
“A ditadura auscultava as sala de aula dos alunos e espreitava qualquer anseio por liberdade de expressão, por eleições diretas e por democracia”, lembrou antes da leitura do texto. “Por isso, nós temos que ler essa carta e multiplica-lá nas nossas redes sociais, nos ambientes familiares e entre os nossos amigos”, finalizou.