Estudo revela preocupações sobre a opressão sexual entre jovens
São Paulo, 28 de maio de 2024 – A Geração Z tem sido o foco de diversos estudos sobre trabalho, hábitos de consumo, independência, sexualidade e relacionamentos. Ao entender mais sobre esta geração, que nasceu entre 1990 e 2010, a abordagem dos relacionamentos interpessoais está sendo reavaliada pelos pesquisadores, constata Rick Nóbrega, jornalista especializado em juventude.
Segundo um estudo apurado por Nóbrega, o Linkedin Top Voice, 20% dos jovens da Geração Z se identificam como gays, lésbicas, bissexuais, transgêneros ou queer. No entanto, esta geração, que possui o maior número de pessoas da sigla da diversidade sexual, também é a mais oprimida, especialmente durante os quatro anos do governo Bolsonaro, período marcado por um reforço do conservadorismo que oprimiu esses jovens e deu voz a pais e parentes conservadores, promovendo o famoso “respeito, mas não na minha casa”, comenta Nóbrega.
A falta de compreensão desses jovens em serem quem são os faz retornar ao “armário”, com a desculpa de que estão apenas seguindo o padrão da heteronormatividade que determina o comportamento e o consumo de homens e mulheres há décadas, aliviando a convivência com os pais e postergando sua verdadeira identidade até depois da adolescência. Isso é evidente no reflexo do bullying aprendido com parentes conservadores e aplicado nas escolas.
De acordo com a Agência Brasil, a Pesquisa Nacional sobre o Ambiente Educacional no Brasil de 2016 revelou que 73% dos entrevistados sofreram violência verbal no ambiente escolar e 36% afirmaram ter sofrido violência física. Esses números não representam apenas os alunos, mas também coordenadores e orientadores que reprimem os estudantes por causa do “seu comportamento”, que “provoca” as ações de outros alunos.
Nóbrega comenta que, apesar de vitórias históricas, ainda há muito a lutar no Dia Internacional do Orgulho e no mês do orgulho. “Ainda enfrentamos intolerância e preconceito. Em 2023, de acordo com o Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, o Disque 100 registrou um aumento de mais de 300% nas denúncias de violações dos direitos humanos em comparação com 2022 e tem um alerta na capital paulista sobre o desapecimento de jovens gays que frequentam o centro da cidade”, ressalta o jornalista.
Fonte: Gustavo Veronez