Da infância dentro de um salão de beleza a uma profissional da área através da internet. Essa é parte da história da comunicadora de beleza, Roberta Freitas, (26), mineira de Caxambu, que atualmente vive em São Paulo, e que vem elevando e potencializando a autoestima de milhares de mulheres marginalizadas pela sociedade, seja por conta dos corpos, tamanhos ou tons de pele.
A jovem se tornou uma referência e, hoje, é um dos grandes nomes entre os criadores de conteúdo da atualidade. Com mais de 500 mil seguidores nas redes sociais, Roberta atua para além do que diz respeito à beleza feminina. Com formação em serviço social, ela quebra barreiras e diversos preconceitos. “Sempre vivi nesse meio por conta do salão bastante movimentado da minha mãe, que atendia mulheres muito bem sucedidas e, em sua maioria, brancas. E foi aí que tudo começou, vendo tanta dedicação dela, que passava horas neste trabalho. Eu observava tudo e queria fazer em mim, pois eu via que ela trabalhava ajudando a autoestima de outras pessoas e muitas vezes a dela ficava de lado, daí entendi que queria fazer em mim, pois não achava justo ela só fazer em outras mulheres”, afirma.
Por acreditar que toda mulher deve se cuidar, independentemente da fase da vida a qual esteja, ela promove a importância da diversidade, inclusão e da aceitação de mulheres consideradas ‘fora do padrão’, além de romper tabus e os estereótipos machistas, racistas e gordofóbicos. São diversos conteúdos e dicas sobre maquiagem, unha, cabelo, pele, estilo e moda para mulheres de todas as idades.
Neste trabalho, desde 2015, a influenciadora e criadora de conteúdo comentou. “Acredito que toda mulher mereça ter um momento do dia para si mesma, seja durante o cochilo do filho, no momento indo para o trabalho ou na pausa de um estudo. E eu sinto que a maquiagem, o skincare, está cada dia mais próximo dos homens também, o que é ótimo. Fazer as unhas mexe muito com a minha autoestima, é como se fosse algo sagrado para mim”, revela.
De acordo com Roberta Freitas, antes de começar a trabalhar e a falar de beleza na internet, sobretudo, de maquiagem, ela tinha apenas o ‘feeling’. Mas com o tempo, assistindo alguns tutorias, foi se aperfeiçoando e, atualmente, entende, estuda e possui embasamento sobre o que vai passar aos seguidores. “Hoje proporciono coisas para a minha mãe que antes eram muito distantes. A partir deste projeto como apresentadora, me considero agora uma comunicadora de beleza. E espero conseguir mostrar para o público o quanto é necessário o autocuidado em todos os aspectos, sendo um desses, a maquiagem. Parece que não, mas maquiagem também é política, já que durante muito tempo só pessoas brancas falavam e tinham acesso a isso. Era algo quase inacessível para nós, mas quem viveu e inventou a maquiagem foram os nossos ancestrais”, pontuou
E prossegue dizendo: “Maquiagem nada mais é que pigmento, certo? O pigmento para base, sombra e para o gloss. É óbvio que hoje em dia a maquiagem passou e passa por uma série de mudanças para ser cada dia mais natural e nada agressiva. Maquiagem é uma questão política porque já estamos em 2022 e ainda não tem bases suficientes para mulheres pretas de pele retinta. Por que não tem? Por que ela não precisa? Ela não tem o direito de se maquiar? Se não tem nem base, o restante a gente nem precisa falar”, frisa.
Sobre o cenário atual do mundo da beleza feminina Roberta destaca: “No meu ponto de vista este mercado está desvalorizado, pois são poucas as pautas dessas narrativas. Mas a maquiagem, por exemplo, está em todos os lugares, seja num programa de TV, na atendente de uma loja e por aí vai. Paralelo a isso, acho que já chegou a hora de darmos vozes para quem está começando. Tem muita gente com visões amplas chegando”, conclui.