Em debate sobre fake news, ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República Paulo Pimenta defende que veículos de comunicação e poder público precisam recuperar papel de validação das notícias
Segundo o ministro, a imprensa poderia retomar um espaço de validação das informações que sempre exerceu. “A imprensa é peça-chave. Tem esse poder de dissuadir uma determinada informação mentirosa. Constranger essa informação”.
Pimenta lembrou que imprensa, poder público, igreja e academia sempre cumpriram esse papel balizador, que acabou se perdendo com a disseminação de conteúdos falsos pelas redes digitais nos últimos anos.
Para o ministro da Secom, o contexto de golpes financeiros e questões de saúde resultantes de disseminação de notícias falsas pela internet cria um ambiente propício para a sociedade voltar a buscar meios confiáveis que validem as informações das redes. “Isso aumenta ainda mais a responsabilidade da imprensa”.
Na conversa em torno do combate a fake news, o ministro citou alguns exemplos e mencionou especificamente a volta de doenças que tinham sido controladas, mas que retornam a índices alarmantes por causa de notícias falsas sobre vacinação.
VACINA – Ele lembrou que o Ministério da Saúde lançou, também nesta quinta, uma grande campanha de multivacinação com objetivo de eliminar, controlar e prevenir doenças imunopreveníveis (que pode ser evitada ao aplicar a vacina), assim como a morbidade e mortalidade a elas associadas.
Na campanha “Vacina é Vida. Vacina é para Todos”, o objetivo é estimular a imunização de crianças e adolescentes. Para tanto, conta com Zé Gotinha, desta vez, na companhia da apresentadora Xuxa, que aderiu ao projeto de forma voluntária, sem receber cachê. Também de forma voluntária, Junno Andrade compôs o jingle e cedeu os direitos autorais da música.
PL CONTRA FAKE NEWS – Também no evento da CNN, foi mencionado o Projeto de Lei das Fake News pelo ministro Paulo Pimenta e pelo secretário de Políticas Digitais da Secom, João Brant, também convidado do debate. Ambos defenderam a necessidade de uma lei que previna e que busque reverter os efeitos colaterais da disseminação de mentiras.
Segundo Brant, o enfrentamento da desinformação não deve ter uma resposta única, mas um conjunto de estratégias de curto, médio e longo prazo para que as plataformas não disseminem fake news nem os cidadãos sejam afetados por elas.
“O projeto de lei é equilibrado, busca preservar e promover a liberdade de expressão. Enfrenta conteúdo ilegais e desinformação. Se determinada atividade causa risco sistêmico nela mesma, essa atividade precisa ser combatida”, afirmou Brant.
Um hotsite produzido pela Secom, o “Brasil contra fake”, lista uma série de fake news envolvendo o Governo Federal que circula nas redes e cita casos de pessoas. A plataforma objetiva contribuir para o combate à desinformação, fornecendo conteúdos oficiais acerca de políticas públicas.
Fonte: Secretaria de Comunicação da Presidência da República