Documento institui normas para descarte adequado de resíduos sólidos e busca fortalecimento da cadeia da reciclagem, com inclusão social e emancipação econômica de catadores
Como primeiro ato em sua atuação como governador em exercício, Thiago Pampolha assinou, nesta sexta-feira (03/02), o decreto que regulamenta a Logística Reversa no Estado do Rio de Janeiro. O documento institui normas sobre as políticas do descarte adequado de resíduos sólidos. A cerimônia aconteceu no Palácio Guanabara e reuniu representantes dos setores do comércio, indústria e meio ambiente.
O decreto apresenta as regras gerais para os cuidados com agrotóxicos, pilhas, baterias, óleos lubrificantes, lâmpadas fluorescentes, produtos eletroeletrônicos e seus componentes, medicamentos fora da validade, entre outros.
De acordo com Thiago Pampolha, o projeto é inovador e coloca o estado do RJ na vanguarda sobre o tema.
– O meio ambiente é prioridade na nossa gestão, por isso esta ação é a primeira em minha atuação como governador em exercício. Queremos trazer à tona a importância das responsabilidades compartilhadas por cada etapa do setor empresarial e reforçar que, pelo tamanho valor da indústria e do comércio no estado, abrimos aqui o caminho para o diálogo e o trabalho conjunto na construção de um espírito coletivo em prol do ambiente e da sustentabilidade – disse o governador em exercício que, na ocasião, já assinou cartas de intenções entre Estado e entidades firmando o compromisso da implantação do sistema.
O diretor executivo da Fecomércio, Vinicius Rocha de Oliveira, aproveitou o encontro para reafirmar que o engajamento de todos é o que vai garantir o sucesso dessa política.
– Somos uma das entidades mais próximas do consumidor. Reconhecemos que o cidadão, muitas vezes, tem dificuldade de saber como destinar estes resíduos. Estaremos todos juntos trabalhando em prol do desenvolvimento do Rio de Janeiro, tendo a sustentabilidade como alicerce – concluiu o diretor executivo.
Segundo Thiago, a regulamentação busca também avançar no aproveitamento de materiais e no fortalecimento da cadeia da reciclagem, associada à inclusão social e à emancipação econômica de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis.
– É benefício direto de geração de renda além de mais oportunidade de negócios e sustentabilidade. Temos que fazer a logística reversa com os catadores e dar suporte à formação de cooperativas e associações organizadas. Nos próximos quatro anos vamos estimular as diferentes rotas tecnológicas da reciclagem e precisamos avançar rapidamente para a geração de energia renovável – concluiu.
Origem
O decreto nasceu após extensa oitiva das partes e de consulta pública da minuta, realizada em março de 2022. A consulta pública recebeu 300 contribuições, de pessoas distintas, o que colaborou significativamente com o aprimoramento do texto final. Paralelamente à consulta pública, os órgãos técnicos e jurídico da Secretaria Estadual de Ambiente e Sustentabilidade (Seas), diretamente envolvida no processo, travaram um diálogo franco com entidades gestoras e entidades representativas, academia e operadores do mercado de logística reversa, Ministério Público estadual e órgãos ambientais de outras unidades da federação.
Como próximos passos, estão na programação as resoluções do Conselho Estadual do Meio Ambiente (CONEMA), que vão dispor especificamente sobre a logística reversa de cada uma das espécies de resíduo e poderão estender o dever de estruturação e implementação de sistemas de logística reversa a produtos e embalagens não listados no decreto. A primeira resolução que será encaminhada para apreciação do CONEMA será a de Embalagens em Geral.