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Foto: Divulgação

Amanda Souza, 23, foi morta em um terreno baldio, em 2024, no bairro Jardim República. Após julgamento, Marlon Nascimento, 27 anos, foi sentenciado a 25 anos de prisão

 

A Justiça do Rio de Janeiro condenou a 25 anos de prisão em regime fechado o ex-repositor de supermercado Marlon Nascimento da Silva, de 27 anos, responsável pela morte brutal da cantora e passista trans Amanda de Souza Soares, de apenas 23 anos. O crime, classificado como homicídio qualificado por feminicídio, traição, motivo torpe e transfobia, ocorreu em 1º de fevereiro de 2024, no bairro Jardim República, em São Gonçalo.

Amanda foi assassinada com 14 facadas em um terreno baldio ao lado de sua residência. O julgamento, realizado no Tribunal do Júri de São Gonçalo, durou cerca de oito horas. A sentença foi proferida pela juíza Juliana Bessa Ferraz Krykhtine, da 4ª Vara Criminal, com base na decisão dos jurados populares.  

Após rastrear redes sociais, linha de investigação levou ao transfeminicídio

Marlon foi capturado uma semana depois, em seu local de trabalho, por agentes da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo. Após análise de provas reunidas pela polícia, que recuperou conversas entre Amanda e Marlon nas redes sociais, o acusado confessou o assassinato, o que levou à decretação de sua prisão preventiva.

A irmã da vítima, Rhayanny de Souza, de 32 anos, lamentou a dor da perda, mas reconheceu a importância do veredito. Para ela, a sentença representa um alívio parcial diante de tamanha tragédia.

“Nenhum tempo no mundo trará minha irmã de volta, mas saber que a justiça esta sendo feita traz um alívio para o coração da família. A justiça dos homens foi determinada por um tempo que achamos pouco. Mas creio na Justiça Divina, a qual ele pagará ainda mais por tudo que fez”, disse a assistente administrativa.

 

MMSG apoiou família na luta por justiça para mulheres trans

Desde o crime, a família de Amanda contou com o suporte do Movimento de Mulheres em São Gonçalo (MMSG), que atuou não apenas no amparo psicossocial, mas também para garantir os direitos civis da vítima após sua morte. Graças à atuação do MMSG, houve a requalificação dos documentos de Amanda, que foi inicialmente sepultada com seu nome de batismo.

Marisa Chaves, gestora da entidade, destacou que Amanda foi assassinada por ser uma mulher trans e reforçou a urgência do combate a crimes de ódio como esse.

“A Amanda foi assassinada porque era uma mulher trans, porque se via como uma mulher. Lutamos, há 36 anos, para que esses crimes não fiquem impunes. Precisamos continuar combatendo e prevenindo, com veemência, os feminicídios e os transfeminicídios”, disse a gestora do MMSG, Marisa Chaves.

Desde 1989, em defesa dos Direitos Humanos

O MMSG é entidade da sociedade civil, que atua sem fins lucrativos, fundada há 36 anos (1989), cuja missão é enfrentar todas as formas de preconceitos e discriminações de gênero, raça/etnia, orientação sexual, credo, classe social e aspectos geracionais. A instituição trabalha em defesa dos direitos de crianças, adolescentes, jovens, mulheres e idosas, em especial, àquelas que são vítimas de diversas formas de violências, seja no âmbito doméstico ou extrafamiliar, ou que estejam vivendo com HIV/AIDS.

Parcerias de sucesso e novos projetos 

O MMSG tem diversas parcerias, entre entidades públicas e privadas, além de ajuda internacional como a ‘Brazil Foundation’ e Fundação Rare Beauty, que apoiam a instituição m seus projetos. No Brasil, o MMSG recebe apoio das Prefeituras de São Gonçalo e Niterói, da Fundação para Infância e Adolescência (FIA), do Ministérios  da Saúde e das Mulheres, CEDIM-RJ, Instituto Profarma e da Petrobras, que já financiou 5 projetos, desde 2006, e atualmente, apoia o Projeto NEACA Tecendo Redes, com núcleos de atendimentos em São Gonçalo, Itaboraí e Duque de Caxias.

 Não se cale. Violência contra a mulher não tem desculpa, tem lei. Ligue 180 e denuncie!

Em caso de ajuda, o MMSG disponibiliza seus serviços, de segunda à sexta-feira, das 9h às 17hs, no endereço abaixo:  

 

MMSG (SG) – Rua Rodrigues Fonseca, 201, Zé Garoto. (2606-5003/21 98464-2179)

Foto: Divulgação

Fonte: MMSG

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