Heitor Marinho e Júlio Girardelly são alunos de pintura do projeto que a professora Peter Cohen desenvolve nas aulas de artes na Baixada Fluminense
Os alunos Heitor Marinho, do Colégio Estadual Almirante Tamandaré, em Japeri, e Júlio Girardelly, do Ciep 196 São Teodoro, em Nova Iguaçu, participaram da solenidade de encerramento do V Salão Nacional de Artes/RJ, exposição que aconteceu nesta segunda-feira (16/09) no Museu Histórico do Exército (MHE), no Forte de Copacabana. Os estudantes, que atuam nas oficinas do projeto da professora Peter Jean Cohen, o Multiarte, expuseram suas telas na categoria amadora e receberam menção honrosa pela participação.
A professora de Artes Peter Jean Cohen, que criou o projeto para atender alunos que mostravam interesse pela pintura, tem como resultado do seu trabalho uma história de resgate cultural na Baixada Fluminense. Jovens talentosos, na faixa etária de 11 a 18 anos, têm obtido êxito e transformado suas vidas por meio da arte.
Durante o curso, os estudantes participam de exposições onde encontram artistas profissionais, trocam experiências e vivenciam o mundo da pintura. Nos mais de 20 anos do projeto, não foram poucos os alunos das oficinas que decidiram cursar Belas Artes e conquistaram vagas em universidades. Vários, antes de terminarem o curso, já passaram a comercializar suas telas com sucesso, gerando renda para a família e conseguindo apoio de instituições para suas exposições individuais.
Júlio Girardelly destaca a oportunidade de participar de uma exposição ao lado de artistas profissionais. Ele expôs a obra ‘Entardecer no Pantanal’ e conta que as cores foram inspiradas no primeiro quadro que pintou.
– Me identifico com o tema. Gosto de pescaria, amo o entardecer. Nessa paisagem, eu vejo um lugar onde moraria para sempre – diz ele.
O estudante Heitor Marinho admite que é difícil descrever o prazer de estar na exposição. Ele conta que sua obra foi inspirada na música dos anos 70, ‘Na Boca do Sol’, de Arthur Verocai.
– A música fala da cidade do interior, das casas, do sol, do trem. Levei esses elementos para a tela. Para mim, a arte é um espelho da alma do artista que traz suas vivências e lutas diárias. Com uma pintura, uma foto, um filme, ele pode mostrar sua alma para o mundo – define Heitor.
A professora Peter Cohen explica que a exposição é mais um capítulo do projeto e destaca que o êxito do trabalho depende da equipe da escola, do apoio da direção, da coordenação e que sem eles o projeto não existe.
– Estou muito feliz em trazer dois alunos talentosos que alçaram esse patamar que permite estarem aqui, no meio de tantos artistas. São alunos oriundos da Baixada Fluminense, onde tudo é muito difícil para eles. Aqui, não é só uma exposição, mas também a apresentação de um mundo novo, um mundo que a arte trouxe para eles – finaliza a professora.
Fonte: Secretaria de Estado de Educação