image

Trecho do espetáculo "Aleito" (Foto/Divulgação: João Gabriel de Oliveira)

Após décadas de vida dedicadas aos outros, personagem compartilha suas lembranças e, pela primeira vez, toma as rédeas do seu destino

 

Ao dar corpo e voz a uma mulher silenciada e esquecida, o monólogo ALEITO lança luz sobre uma questão urgente e atual: o abandono em vida, que gera solidão e apagamento. Essa é a premissa que dá sentido à obra protagonizada pela atriz Paula Furtado, em cartaz no Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto, no Humaitá (RJ), a partir de novembro. Em ALEITO acompanhamos uma mulher esquecida pelos outros e esquecida de si mesma após décadas de vida dedicadas à família e ao trabalho doméstico. A partir de lembranças fragmentadas, ela conta a sua história e, pela primeira vez, toma as rédeas do seu destino.

 

Criado pelo coletivo interartístico uma película, o espetáculo ALEITO tem dramaturgia de Lane Lopes e direção de Isadora Krummenauer. O público é convidado a adentrar um território íntimo, onde a personagem revisita suas memórias e revive gestos de tantas mulheres que, mesmo presentes, tornaram-se invisíveis em suas próprias casas.

 

As apresentações acontecem às sextas-feiras e aos sábados, às 19h, e aos domingos, às 18h. O Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto fica na Rua Visconde de Silva, s/n (ao lado do prédio 292), no Humaitá (RJ). Com a lotação máxima de 30 pessoas, a Sala Preta, onde a montagem é exibida, só pode ser acessada por meio de escadas. A temporada vai de 21 de novembro a 14 de dezembro. Os ingressos custam R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia-entrada), disponíveis neste link aqui. A duração é de 55 minutos, com classificação indicativa de 14 anos. Durante a visita, os espectadores que desejarem materializar a experiência vivida no teatro, podem adquirir o livro homônimo lançado pela Editora Patuá, por R$ 65.

 

Para Paula Furtado, ALEITO não busca representar a velhice, mas ressignificá-la como um espaço de sonho, desejo, memória e ruptura. A obra traz à cena uma personagem que decide reconstruir a própria história a partir dos escombros da memória. “ALEITO convida o público a revisitar suas raízes: mães, avós, tias e todas aquelas mulheres que, embora vivas e presentes, tantas vezes se tornaram invisíveis A personagem que interpreto carrega o tempo e suas lacunas e é feita de silêncios atravessados, gestos interrompidos e desejos não concretizados. O projeto nasceu da urgência de dar voz às mulheres da minha família, cujas histórias foram silenciadas, mas resistem na memória. O teatro foi o caminho para contá-las”, afirma a atriz.

 

“ALEITO trata de um processo que atinge a todos: o envelhecer, mas que é especialmente cruel com as mulheres. A personagem é uma mulher que sonha, deseja, se arrepende, muda de ideia e compra briga. Mesmo viva e vibrante, está se tornando esquecida – pelos outros e por si mesma. A dramaturgia costura histórias de muitas mulheres (histórias que corriam no rio das narrativas não-oficiais das famílias) e desloca as contradições do âmbito doméstico para o debate público. Agora cabe aos corpos femininos e marginalizados tomarem as rédeas da história, com um olhar atencioso ao passado e corajoso frente ao futuro”, explica a dramaturga Lane Lopes.

 

A diretora Isadora Krummenauer reforça o caráter poético da encenação: “Como nas imagens de Francesca Woodman, a personagem tem seu corpo feminino testando os limites entre concreto e onírico. Seu corpo se confunde com o ambiente doméstico, se perdendo nos devaneios, sonhos e mobília. Em ALEITO, uma mulher habita sozinha uma casa que é também extensão de seu corpo e de sua memória. Nesse espaço íntimo e simbólico ela convive em uma rotina com os objetos que a cercam. Ao dar vida a eles tem seu vazio preenchido por presenças silenciosas, que reencarnam mortos e lembranças do passado. O palco se torna o abrigo de sua solidão e também o lugar onde as lembranças ganham corpo”, ressalta Isadora.

 

Em sua terceira temporada, agora sob nova direção, o espetáculo ALEITO renasce com um olhar ainda mais humano e sensível. Segundo o coletivo uma película, a personagem deixa o lugar simbólico e ganha presença concreta de uma mulher real, que sente, sonha, deseja e falha.

 

Ficha técnica

Dramaturgia: Lane Lopes | Atuação: Paula Furtado | Direção: Isadora Krummenauer | Assistência de direção: Rodrigo Cavalini  | Direção de movimento: Deisi Margarida | Desenho de luz: Tayná Maciel |  Operação de luz: Heitor Acosta e Vitória Arruda | Trilha sonora original: Lucas Furtado – Geminin | Operação de som: João Senna | Direção de arte: Caio Cosson | Assistência de arte: Anna Vinhaes | Arte fotográfica: João Gabriel de Oliveira | Arte gráfica: Brenda Spinosa | Mídias sociais: Michele Bento | Assessoria de imprensa: Orbe Comunicação | Produção geral: Alice Botelho | Direção de produção: Guilherme Cirqueira | Realização: coletivo uma película e miolo. 

Serviço

Espetáculo ALEITO, com Paula Furtado

 

Data: 21 de novembro a 14 de dezembro de 2025

Horários: 19h (sextas-feiras e sábados); 18h (domingos)

Ingressos: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia-entrada)

Compre online: https://ingressosriocultura.com.br/riocultura/events/48779?sessionView=LIST 

Local: Espaço Cultural Municipal Sergio Porto | Sala Preta

Endereço: Rua Visconde de Silva, s/nº (ao lado do prédio 292) – Humaitá – Rio de Janeiro (RJ)

Classificação indicativa: 14 anos
Gênero: monólogo teatral

Duração: 55 minutos

Capacidade: 30 lugares / acesso por escadas

Bilheteria: abertura 1h antes do início do espetáculo

Acompanhe as redes sociais

 

uma película (coletivo): @ umapelicula

Paula Furtado (atriz): @paulafurtado

Lane Lopes (dramaturga): @lanelopes_

Isadora Krummenauer (diretora): @iskrmm

Fonte: Livia Gomes

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *