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Dentre os problemas, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e a Sociedade Brasileira de Otologia destacam som intenso, infecções e doenças crônicas não controladas. Foto/Divulgação

Problemas de ouvido e audição estão entre as ocorrências de saúde mais comuns na população. No mundo todo, mais de 1,5 bilhão de pessoas enfrentam algum grau de surdez, segundo a Organização Mundial da Saúde. No Brasil, a estimativa dos especialistas é de que 15 milhões de habitantes tenham algum comprometimento na capacidade de ouvir.


 Hoje, dia 10 de novembro, é celebrado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, uma oportunidade para conscientizar e prevenir a população das principais causas que podem levar à perda auditiva, seja em grau leve, moderado, severo ou profundo. 

Para isso, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) e a Sociedade Brasileira de Otologia (SBO) alertam os problemas que mais geram prejuízos à audição. 

Barulho intenso
De forma geral, os ouvidos apresentam alguma proteção para sons abaixo de 80 dB, segundo especialistas da ABORL-CCF. A partir disso, o risco de lesão auditiva aumenta exponencialmente. A exposição a 90 dB por quatro horas, por exemplo, já é suficiente para causar perda auditiva.

“Pessoas que trabalham em fábricas ou locais em que há muito barulho, como aeroportos e casas de show, precisam usar protetor auricular. Outro alerta importante é com relação aos fones de ouvido. É preciso prestar atenção no volume, não o deixando alto demais nem usando em períodos muito longos”, orienta o presidente da SBO e membro da ABORL-CCF, Arthur Menino Castilho. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1 bilhão de pessoas com idade entre 12 e 35 anos correm o risco de ter a audição comprometida devido à exposição excessiva à música e outros sons recreativos em elevada intensidade. 

Surdez súbita
Caracterizada pela perda da audição de forma brusca e na maioria dos casos sem causa aparente, a surdez súbita pode afetar um ou os dois ouvidos. O problema atinge cerca de 15 mil pessoas por ano, segundo estatísticas de um estudo publicado na Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. Muitas vezes, essa condição acompanha outros sintomas, como zumbido e tontura. 

“Mesmo sem uma causa definida em aproximadamente 85% dos casos, sabemos que a surdez súbita pode estar relacionada a alguns fatores, como infecções virais, doenças autoimunes, determinados medicamentos, distúrbios no ouvido interno e até exposição demasiada a ruídos”, informa Castilho. 

Infecções no ouvido
As infecções no ouvido, chamadas de otites, quando não tratadas adequadamente, podem causar um dano nas estruturas responsáveis pela audição e até evoluir para a meningite, doença caracterizada pela infecção na meninge (membrana que reveste o cérebro). 

“Quando graves e sem a intervenção médica, as infecções no ouvido podem trazer complicações mais sérias, que vão além da dor e febre, considerados os sintomas mais comuns das otites. Como o ouvido está muito perto do cérebro, a infecção pode chegar às meninges e causar meningite, que são infecções potencialmente graves e com riscos de sequelas definitivas. Estes quadros têm uma maior prevalência na população infantil”, explica o presidente da SBO. 

Aproximadamente uma em cada dez crianças com meningite desenvolve surdez como resultado da doença, de acordo com a Sociedade Britânica de Crianças Surdas (The National Deaf Children’s Society – NDCS), mas o risco de surdez secundária à meningite pode ocorrer em qualquer idade.
 

Doenças crônicas não controladas, como diabetes e pressão alta
Diabetes e hipertensão são as duas principais enfermidades crônicas que estão associadas com a perda auditiva, se não estiverem sob controle.
 

Pacientes diabéticos são duas vezes mais propensos a ter esse problema em comparação com aqueles que não têm a doença, de acordo com um estudo divulgado pelo Instituto Nacional de Saúde (NIH), dos Estados Unidos.

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De acordo com os especialistas, no caso da diabetes, os elevados níveis de açúcar no sangue podem afetar os vasos sanguíneos, prejudicando a irrigação até as estruturas do ouvido interno e gerando danos nas vias neurais responsáveis pela audição. 

“Além do controle da glicemia, a circulação sanguínea desempenha um papel na manutenção de uma boa saúde auditiva, por isso a pressão arterial também precisa estar normalizada. Quando ela está alta, as artérias ficam comprimidas e a irrigação sanguínea para o ouvido interno diminui. O fluxo inadequado tende a acelerar a degeneração do aparelho auditivo”, destaca o especialista e membro da ABORL-CCF.

Traumas na cabeça
Acidentes, traumatismo craniano e outras lesões na cabeça podem afetar as estruturas da orelha média e interna e os mecanismos responsáveis pela comunicação entre o ouvido e o cérebro. Em casos como esses, os especialistas orientam a busca por assistência médica imediata para exames mais específicos que vão avaliar o impacto da ocorrência e poder definir o melhor tratamento para cada quadro.

Tratamento
Existem muitas possibilidades de tratamento para perdas auditivas, como a reabilitação da audição através do uso de aparelhos auditivos convencionais, cirurgias otológicas, próteses auditivas cirurgicamente implantadas e até implantes cocleares.
 

“Portanto, além de se proteger, se houver qualquer dúvida em relação à audição ou sintoma de que algo não está bem, é fundamental consultar um médico otorrinolaringologista. Quanto mais precoce for o diagnóstico e o tratamento, maiores são as chances de recuperação da audição,” finaliza Castilho. 

Sobre a ABORL-CCF

Com 75 anos de atuação entre Federação, Sociedade e Associação, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), Departamento de Otorrinolaringologia da Associação Médica Brasileira (AMB), promove o desenvolvimento da especialidade através de seus cursos, congressos, projetos de educação médica e intercâmbios científicos, entre outras entidades nacionais e internacionais. Busca também a defesa da especialidade e luta por melhores formas para uma remuneração justa em prol dos mais de 8.600 otorrinolaringologistas em todo o país.

 Fonte: Nathalya Cippician e Cidiana Pellegrin

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