Para muitos, dormir em quartos separados pode parecer um afastamento, mas, segundo a psicóloga e sexóloga Laís Melquíades, essa escolha pode ser compreendida de outras formas. “Optar por quartos separados é uma decisão bem particular de cada casal e pode ser uma forma inteligente de cuidar da relação. Afinal, o bem-estar de cada um e uma boa noite de sono faz toda a diferença e impacta vários aspectos da vida a dois. Amar e ser amado é também saber respeitar as necessidades individuais” comenta.
Laís explica que a expectativa de que casais devem dormir juntos é uma norma social que pode não funcionar para todos. “Se ambos estão de acordo e se sentem bem assim, qual é o problema? Existem muitas formas de manter a intimidade, que não sejam só na cama durante a noite. Inclusive, é uma ótima chance de aumentar o repertório do casal”, destaca. A psicóloga aponta que a comunicação aberta entre os parceiros é essencial para que essa escolha seja positiva e respeitada por ambos.
O debate sobre dormir em camas separadas ainda é sensível e pouco discutido, especialmente no Brasil. “Para muitos casais, ter quartos separados pode parecer sinal de distância, falta de esforço ou até esfriamento no amor, mas isso não é necessariamente uma verdade! Para outros, essa pode ser justamente a solução que salva o casamento.” afirma Laís. E nesse grande dilema muitos casais ainda mantêm o hábito de dormir juntos por conta de uma expectativa social, sem questionar se é a melhor escolha para eles.
Outro ponto é que dormir em quartos separados pode ser uma saída para problemas práticos, como o ronco ou dificuldades para dormir. Para alguns, as vantagens podem incluir mais espaço e uma noite de sono tranquila, sem interrupções. “Percebo que casais se tornam mais vulneráveis quando suas necessidades básicas pessoais não estão sendo atendidas e dormir bem é uma delas”, pondera.
A psicóloga recomenda que casais que estejam considerando essa opção avaliem o que cada um valoriza na relação.“Tem casais que encontram maneiras de manter a intimidade fora do quarto – seja num jantar a dois, na maratona daquela série preferida no sofá, numa rede aconchegante, ou num passeio para relaxar. Esses momentos, além de agradáveis, ajudam a fortalecer o vínculo! Claro, para quem sente que precisa do contato físico diário, dormir juntinho pode ser fundamental. Se o problema for conforto, dá pra pensar em algumas soluções para deixar o sono mais tranquilo e manter o carinho presente!” explica.
Fonte: Fernanda Fernandes da Cruz