De acordo com o professor José Carlos Farah, a dor muscular tardia é caracterizada pela sensação de desconforto ou dor na musculatura esquelética e ocorre algumas horas após a prática da atividade física, podendo durar até 72 horas
É muito comum as pessoas que começam uma atividade física sentirem dor muscular após a prática; no entanto, para o professor José Carlos Farah, essa dor pode ou não ser normal. “A dor muscular tardia, que é mais conhecida como a dor do dia seguinte, acontece quando praticamos a atividade física com muita intensidade, ou se não praticamos por muito tempo. A dor é um sinal que o corpo dá de que o exercício foi exagerado e, dependendo da situação, pode causar problemas em músculos e articulações. Sentir prazer na dor é outra coisa, mas não é saúde. As vezes, somos estimulados a acreditar que o exercício só faz efeito quando sentimos dor. É a cultura do no pain, no gain, ou seja, sem dor, sem ganho. Por outro lado, a dor muscular tardia é caracterizada pela sensação de desconforto ou dor na musculatura esquelética, que ocorre algumas horas após a prática da atividade física e pode durar até 72 horas após a atividade praticada”, analisa.
Segundo Farah, a dor tardia varia de pessoa para pessoa e de acordo com a intensidade do exercício. Ele observa que a dor é causada por dano estrutural aos tecidos, acúmulo de produtos metabólicos tóxicos, devido ao elevado metabolismo, e controle neuromuscular alterado. “Apesar da dor desparecer após um tempo, o desconforto que causa pode desestimular a continuidade da prática e, em alguns casos, pode provocar lesões mais graves. Com a sequência da prática, e à medida que nós melhoramos a capacidade física, a musculatura envolvida no exercício aumenta sua resistência, diminuindo possíveis danos estruturais ao músculo.”
Para não interromper a prática da atividade física e consequentemente perder o estímulo, o professor Farah explica que as pessoas sedentárias, ou que estão reiniciando a prática da atividade física, após um período inativas, devem começar sua atividade de forma mais lenta e gradual. Agora, quando a dor já está instalada, a dica é diminuir a intensidade da atividade física, fazer massagem e calor no local. “Para evitar a dor, devemos ficar atentos aos sinais que nosso corpo envia e respeitar esses sinais. A atividade física deve ser realizada de forma gradual, sempre respeitando suas limitações, que será muito mais prazerosa. Nada de imediatismo”, ressalta.
Fonte: Coluna Corpo e Movimento, com o professor José Carlos Farah – Jornal USP