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Foto: Divulgação

Mercado em expansão nos últimos cinco anos oferece boas oportunidades em diversas áreas profissionais, especialmente, na construção naval 

 

As atividades que mais oferecem vagas atualmente no setor naval do Rio de Janeiro abrangem tanto a carreira militar, quanto funções na indústria de construção naval e off-shore (trabalho em plataformas marítimas e embarcações especializadas), com oportunidades para homens e mulheres. A professora do Centro Universitário IBMR, psicopedagoga empresarial e especialista em Direção e Gestão de Recursos Humanos, Renata Marques da Fonseca é quem traz as dicas.

 

“O mercado de construção naval no Brasil tem apresentado crescimento considerável e perspectivas positivas para os próximos anos. O Rio de Janeiro é o estado com a maior indústria naval do país, e outros estados com boas oportunidades de trabalho são Pernambuco, Santa Catarina e Rio Grande do Sul”, analisa a professora do IBMR. Renata afirma ainda que, atualmente, a situação desta área no Brasil e suas perspectivas mostram um setor com potencial de crescimento e desenvolvimento nos próximos anos. “Sua posição estratégica na cadeia global de produção naval traz vantagens competitivas. O Brasil tem muitas delas, em relação a outros países produtores”, justifica.

 

Mercado naval aquecido 

O mercado naval brasileiro como um todo tem apresentado aumento de cerca de 30% nos postos de trabalho no estado do Rio e, de 20%, em todo Brasil, entre os anos de 2019 e 2023. Esses dados fazem parte do levantamento publicado em 2024 pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

 

“O Estaleiro Mauá, por exemplo, localizado em Niterói, é o maior estaleiro da Baía de Guanabara e está habilitado para a construção de todos os tipos de embarcações. Este estaleiro fechou suas portas há anos e as reabriu com muitas possibilidades. A indústria engloba a fabricação de embarcações militares, plataformas, barcos de apoio e outras estruturas para a exploração e produção de petróleo em alto mar, como também embarcações para o transporte de carga”, exemplifica a professora.

 

Há vagas para elas também 

Em primeiro lugar, inicia a professora do IBMR, pensemos na carreira militar por concurso efetivo ou terceirizado. Neste caso, quais são profissões consideradas femininas na Marinha? Administração Hospitalar, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição e Psicologia (Quadro de Apoio à Saúde do Corpo de Saúde da Marinha). Música (Quadro de músicos do Corpo de Praças Fuzileiros Navais). Há também mulheres Praças que exercem atividade de Mergulho e Educação Física possuem um número de vagas significativas. O IBMR integra o Ecossistema Ânima de ensino em solo carioca.

 

“No ano passado, as mulheres de 18 a no máximo 21 anos, puderam se inscrever, pela primeira vez, no Concurso Público para Soldado Fuzileiro Naval (SD-FN). As novas combatentes iniciarão o Curso de Formação, às turmas I e II, em 2024 para receberem capacitação, a fim de atuarem nas diversas atividades operativas da carreira de Fuzileiros Navais (FN)”, aponta a especialista em Direção e Gestão de Recursos Humanos.

 

Para a professora, o setor de construção naval e off-shore, área que foi incentivada por decisões econômicas, ainda não “dá conta de amparar as mulheres do setor, como deveria, embora a legislação seja vigente, mas não consegue abranger o número de profissionais mulheres”. “De qualquer forma, profissões masculinas, em outros tempos, mas, atualmente, femininas também, para Engenheiro(a)s navais incluem: Fiscalização de embarcações e vias de fluxo naval; Desenvolvimento e pesquisa de equipamentos; Trabalho na Marinha do Brasil; Logística marinha e fluvial; Pesquisa e desenvolvimento e Engenharia oceânica”, aponta.

 

Profissional altamente especializado 

De modo geral, acrescenta a docente do IBMR, as atividades, como da construção naval, são áreas mais comuns na Engenharia Naval. Para profissionais da área, como o Tecnólogo em Construção Naval, os salários podem chegar a R$ 4.300, para cargos plenos, em empresas grandes, segundo estima a docente. Os benefícios são muitos: plano de saúde, alimentação, entre outros. O profissional formado encontra vagas em ambientes como: estaleiros; indústrias; plataformas petrolíferas; portos; prestadores de serviços.

 

A indústria naval requer mão de obra altamente especializada, como soldadores, eletricistas, carpinteiros, mecânicos e engenheiros (Ensino Fundamental) e gera demanda por materiais e serviço de outras áreas, como siderúrgicas, empresas de transporte e fornecedores de equipamentos. “Em 2022, o estaleiro Brasfels foi o responsável por 79,99% dos empregos gerados no município de Angra dos Reis (RJ) com 3.734 postos de trabalho. Entretanto, na sua maioria para homens”, cita.

 

Só para quem tem o Fundamental 

Porém, há oportunidades para quem tem apenas Ensino Fundamental: entre elas, as profissões como soldagem, eletricidade, carpintaria, mecânica ou fuzileiro naval (concurso militar) são áreas bastante movimentadas e procuradas. “Exemplo disso é o concurso Colégio Naval que oferta vagas de nível fundamental para ingresso no próprio Colégio, que é uma instituição militar de Ensino Médio, que prepara os jovens, visando ao ingresso no Corpo de Aspirantes da Escola Naval (instituição de ensino superior da Marinha do Brasil)”.

 

Renata explica que esse concurso acontece anualmente, e o edital normalmente oferta cerca mais de mil vagas, divididas entre homens e mulheres. “Diga-se de passagem, mais vagas para homens”, observa. O ciclo escolar do concurso do Colégio Naval é conduzido em regime de internato e tem a duração de 3 anos letivos.

 

Já os concursos para Soldado e Sargento da Marinha exigem apenas a conclusão do Ensino Médio, enquanto que, o concurso para Oficial da Marinha exige formação de nível Superior. O seletivo do Concurso Soldado Fuzileiro Naval acontece uma vez ao ano; porém, já seleciona os candidatos para o primeiro e o segundo semestre do ano de ingresso.

 

Chefias, como conquistar os cargos? 

Entre os cargos de liderança, as áreas com tendência a oferecer mais vagas são os cargos de Gerente de Operações e de Projetos, pois contribuem para o sucesso operacional, financeiro e estratégico das empresas; principalmente, na área naval. “Um outro cargo de liderança mais comum, dentro e fora deste mercado, são: Diretor-Executivo, Coordenador, Supervisor Operacional, Encarregado. Nesta área, as competências técnicas e comportamentais são extremamente valorizadas”, aponta a professora.

 

Quais são as exigências? “São habilidades em comunicação, participação, responsabilidade, comprometimento, flexibilidade; experiência técnica, operacional e/ou especialista e gestão de projetos na área e em áreas correlatas ao cargo”, enumera.

 

No geral, para atuar na área naval, em qualquer cargo, o profissional deve desenvolver capacidade diretiva, de organização, de estratégia e de incentivo à autogerência “Por exemplo: Como liderança militar, ele deve ter influência interpessoal do líder militar sobre seus liderados, facilidade em estabelecer vínculos afetivos entre os indivíduos, de modo a favorecer os objetivos da organização militar. Além disso, precisa ter facilidade para solucionar problemas, postura, feedback, e prática e tomada de decisão”, avisa.

 

Fonte: Luciana Rocha/Rede Comunicação

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