Lucas Benevides - Cisp (1)

Cisp. Foto/Divulgação: Lucas Benevides

O Sistema de Cercamento Eletrônico e as câmeras de monitoramento do Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) da Prefeitura de Niterói foram fundamentais para auxiliar as forças de segurança a prender três suspeitos envolvidos na morte de um policial civil em Piratininga na manhã desta segunda-feira (06).

Desde as primeiras horas após o crime, os guardas municipais do Cisp — que conta com mais de 600 dispositivos eletrônicos de monitoramento, incluindo as câmeras inteligentes do cercamento espalhadas por toda a cidade — identificaram um veículo Ônix branco que teria sido usado no assassinato. Com base nas imagens do sistema de Cercamento Eletrônico, foi possível monitorar todo o trajeto feito pelo carro. Uma das suspeitas levantadas é de que o veículo seria clonado; o carro verdadeiro, de São José do Rio Preto (SP), estava sendo colocado à venda. O Ônix branco utilizado pelos criminosos foi abandonado em uma estrada vicinal e incendiado na tentativa de apagar os rastros.

Através do convênio do Cisp com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o serviço de inteligência dos órgãos cruzou informações e descobriu que o veículo havia saído de Niterói em direção ao Rio de Janeiro, orientando as forças de segurança para localizá-lo em Xerém. Agentes de diversas forças de segurança acionaram simultaneamente a Polícia Militar e a Delegacia de Homicídios (DH).

“Tão logo os agentes da Guarda Municipal que atuam no Cisp souberam do crime iniciaram a coleta de informações. Assim, em contato com os policiais que atendiam a ocorrência, souberam que o veículo utilizado pelos criminosos foi um Ônix branco. Não existia nenhuma outra informação do veículo. Nosso sistema de inteligência artificial fez o rastreamento com os dados disponíveis e identificou o veículo e a rota de fuga utilizada. Foi um trabalho de tecnologia e integração que permitiu um resultado rápido”, detalhou o secretário de Ordem Pública, coronel Gilson Chagas.

As investigações do Cisp apontaram ainda que um Jeep Compass preto, também envolvido no crime, passou pelas câmeras de monitoramento neste domingo (05), com a placa regular e sem histórico ou registro de roubo naquele momento. A informação foi confirmada pela equipe de inteligência do Cisp, por meio do cruzamento de dados do sistema.

“A integração entre as forças de segurança é fundamental para esses bons resultados”, afirmou Felipe Ordacy, secretário do Gabinete de Gestão Integrada de Niterói. “É muito importante que a Prefeitura mantenha esse acompanhamento e união com as polícias. O criminoso não é municipal, nem federal, nem estadual. Temos que nos unir para defender a população, e é isso que Niterói faz”, disse.

Tecnologia a serviço da segurança

O sistema de Cercamento Eletrônico de Niterói é referência nacional. Desde 2015, o município conta com mais de 600 dispositivos de monitoramento — entre câmeras comuns e inteligentes — que registram cerca de 35 milhões de passagens de veículos por mês, com um pico de 1,2 milhão de passagens por dia. Em horários de pico, chegam a ser registradas 83 mil passagens por hora, cerca de 1.400 por minuto.

O sistema é acionado apenas quando há algum tipo de pendência vinculada ao veículo, como roubo, furto, clonagem ou envolvimento em crimes. Ao identificar uma dessas situações, os agentes do CISP alertam imediatamente as forças de segurança mais próximas.

Em sete anos de funcionamento, o Cercamento Eletrônico já colaborou na recuperação de mais de 650 veículos e tem se mostrado essencial para a elucidação de casos complexos, como o de hoje.

Além do monitoramento por câmeras, o Cisp conta com um setor de inteligência que funciona 24 horas por dia e já realizou mais de 4 mil exportações de imagens para investigações da Polícia Civil e processos do Tribunal de Justiça.

O modelo de segurança adotado por Niterói é considerado pioneiro e tem servido de exemplo para diversos municípios brasileiros, que têm visitado o Centro para conhecer de perto o funcionamento do sistema.

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