Em agosto do ano passado, a prefeitura de São Gonçalo foi beneficiada por decisão judicial que alterou a divisão dos recursos dos royalties. No dia (19), foi realizado o primeiro repasse, de quase R$ 220 milhões, referente à participação especial, benefício ao qual, até a decisão judicial, São Gonçalo não tinha direito. A correção dos valores foi retroativa a janeiro de 2017. Para se ter uma ideia do montante, em junho de 2022, São Gonçalo recebeu R$ 3 milhões em repasses, quando deveria fazer jus a cerca de R$ 40 milhões/mês. Ao longo de todo o ano de 2021, o município recebeu pouco mais de R$ 31 milhões. O prefeito de São Gonçalo, Capitão Nelson (PL),
chegou a anunciar aumento salarial do funcionalismo em 22%, contando com dinheiro obtido por repasses dos royalties ganhos em liminar na justiça. Mas no mês seguinte, em setembro, o STJ derrubou a liminar, então ele foi indagado se havia outros recursos para garantir o aumento. Capitão Nelson foi categórico. “Só contamos com aquilo que temos. Não dar aumento a ninguém, contando com o ovo no c…. da galinha”, disse na época. Recentemente, em evento de troca de comando no 7° BPM de São Gonçalo, a equipe de jornalismo do Jornal A Tribuna de Niterói questionou sobre onde foram investidos o dinheiro recebido pela prefeitura. O prefeito disse que precisaria levantar e checar dados, pois não sabia dizer onde os valores foram realocados. Em nota, a prefeitura de São Gonçalo informou que os valores em uma única vez “Foram amplamente divulgados na época” – sem especificar onde – e que o reajuste salarial pago ao funcionalismo é “independente” de tais repasses, tanto que os salários estão “em dia”. O fato é que, hoje São Gonçalo segue sem receber royalties. Mas, uma pergunta se faz necessária: – Onde estão os R$220 milhões recebidos na justiça?