
Arthur Maia tinha paixão pela música. Foto/Divulgação
Vai ter baixo no samba. A Escola de Samba Cacique da São José, campeã do Grupo C do Carnaval de Niterói, anuncia que a trajetória do baixista Arthur Maia será o enredo do desfile da estreia no Grupo B, no Caminho Niemeyer, em 2026. A agremiação do Viçoso Jardim vai homenagear o músico, compositor e produtor Arthur Maia, que fez sucesso na música brasileira e ganhou reconhecimento artístico internacional. Ele morreu em dezembro de 2018, aos 56 anos, por causas naturais.
A agremiação do Viçoso Jardim trabalha desde abril com os familiares do homenageado no projeto do enredo “Arthur Maia sempre vivo – A história do gigante gentil”, sobre a vida e a obra do músico. O baixista fez carreira solo e integrou bandas de artistas consagrados da MPB, como Gal Costa, Luiz Melodia, Gilberto Gil, Ivan Lins, Jorge Benjor, Djavan, Ney Matogrosso, Ana Carolina, Caetano Veloso, Marisa Monte, Mart’nália, Seu Jorge e Roberto Carlos. Sempre com competência, sem preconceito de gênero musical, como atestam os colegas e críticos musicais.

Criado no Engenho da Rainha, no Rio, onde conheceu os primeiros acordes ao lado do tio Luizão Maia, contrabaixista e compositor, Arthur se mudou e passou quase toda a vida em Niterói. Entre 2013 e 2016, foi secretário de Cultura da cidade. Sempre levando o nome de Niterói pelo mundo através da música, como destaca a filha, Júlia Maia:
“Acho que é um dever, não apenas da família, mas de Niterói, cuidar da memória dele. Tenho certeza que o desfile será emocionante para todos!”
Segundo a diretora executiva da Cacique da São José, Monica Miranda, integrantes da escola que vivem no Viçoso Jardim e no Fonseca abraçaram com entusiasmo a iniciativa.
“Esse enredo sobre Arthur Maia é também um presente para a cidade, nossa cultura e nosso povo. Em 2026, o tamborim vai soar mais doce, porque vai tocar com a alma de baixo”, diz a diretora da vermelha e branca.
A Cacique foi fundada, em 2003, para a integração da população através do samba. A paixão pela escola é um dos traços da comunidade, que faz da superação uma das características. E não é à toa que a agremiação conseguiu, um ano depois da tragédia do Morro do Bumba na localidade, o primeiro dos três campeonatos conquistados no Carnaval de Niterói.
Fonte: Renato Guima