História da escola de samba ajuda a conscientizar estudantes sobre luta contra preconceito racial
“As pessoas precisam entender que somos iguais, independentemente de termos a pele preta ou branca, cabelo black ou liso. Todos nós somos iguais”. A afirmação é de Tauã Gabriel, de 18 anos, aluno da 3ª série do Ensino Médio, do Colégio Estadual Compositor Manaceia José de Andrade, em Madureira, Zona Norte do Rio, durante a apresentação do projeto “Étnico-Racial – Portela, a Majestade do Samba e suas Raízes”, realizada nesta terça-feira (14/11). Além de homenagear os 100 anos da escola de samba, que deu ao colégio o nome de um de seus maiores compositores, o evento teve como objetivo conscientizar e esclarecer a comunidade escolar sobre a importância de se ter uma escola plural e igualitária.
Os estudantes mostraram os seus trabalhos com foco na valorização étnico-racial e na promoção da equidade na sociedade.
Para a secretária de Estado de Educação, Roberta Barreto, é fundamental que iniciativas como essa se repitam na rede.
Fotos/Divulgação: Ellan Lustosa – Seeduc-RJ
– Consideramos que, para melhorar a qualidade da educação, precisamos também promover um ensino intencionalmente antirracista e voltado para as relações étnico-raciais. Nossas escolas têm como pilar essencial a construção de um ambiente acolhedor, que respeite e valorize as diversidades – afirmou a secretária.
Na homenagem à Portela, os alunos apresentaram o samba-enredo “Tributo à vaidade”, de 1991, enquanto o Coral Manacéia relembrou o hino “Nunca vi coisa mais bela”, de 1972, fazendo a alegria de todos que participaram do evento. Por sua vez, Alana Luisa Torres, aluna da 2ª série e passista do Império Serrano, mostrou ter muito samba no pé ao homenagear a sua escola de samba do coração com o famoso enredo “Bum Bum Praticumbum Prugurundum”, campeão do Carnaval de 1982.
Fotos/Divulgação: Ellan Lustosa – Seeduc-RJ
Combate ao preconceito
Às vésperas do Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado na próxima segunda-feira (20/11), o aluno Tauã Gabriel afirmou não ser necessário uma data específica para que as pessoas se respeitem. Já o estudante Arthur de Carvalho, da 3ª série do Ensino Médio, disse que é fundamental que o tema seja abordado.
– Infelizmente, muitos de nós, estudantes pretos, ainda sofremos racismo e bullying dentro das escolas. Acredito que isso ajuda a melhorar não só aqui, mas contribui para que nos tornemos cidadãos mais conscientes e melhores fora dos muros do colégio – enfatizou Arthur.
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Simone Ferreira, professora de Língua Portuguesa, destacou que a realização do projeto propõe uma reflexão sobre as relações étnico-raciais, partindo da análise da história, tradição e resistência da Portela.
– O objetivo foi promover ações de gestão educacional e de práticas pedagógicas escolares propositivas no combate à discriminação e ao preconceito, mostrando esta instituição centenária. Precisamos desmistificar essas atitudes dentro e fora do ambiente escolar – assinalou a professora.