
Foto/Divulgação: Bárbara Schneider
Essa é a maior honraria concedida pela Assembleia Legislativa
A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) promoveu nesta quinta-feira (10/04) a entrega da Medalha Tiradentes post mortem à advogada Eunice Paiva, por meio do seu neto, Chico Paiva. A cerimônia aconteceu no auditório da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), que contou com a participação de políticos, membros da comunidade acadêmica e sociedade civil. A condecoração – maior honraria concedida pela Casa – foi proposta pela deputada Dani Monteiro (PSOL), que preside a Comissão da Alerj de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania.
Também foram entregues moções de louvor e reconhecimento ao Grupo Tortura Nunca Mais e, in memoriam, ao militante dos direitos humanos e desaparecido político João Massena. A solenidade fez parte do evento “Ainda estamos aqui: por memória, verdade, justiça e reparação”, que contou com a exibição do curta-metragem Desova, sobre desaparecimentos forçados na Baixada Fluminense, e uma mesa de debate com convidados como Victoria Grabois e Eduardo Prestes Massena.
Ao receber a Medalha Tiradentes, Chico Paiva celebrou a honraria e destacou a importância da luta contínua pela democracia. “É um grande orgulho ver que a história da nossa família pode inspirar outras lutas. Minha avó sempre dizia que, assim como a do meu avô Rubens Paiva, existem muitas histórias de famílias dilaceradas pela ditadura e pela violência do Estado. Estar aqui é uma forma de manter viva a chama da democracia, de valorizar essas lutas e de mostrar que, sem coletividade, uma luta sozinha não adianta nada”, comentou.
“Homenagear Eunice Paiva é reconhecer uma mulher que, mesmo atravessada por uma dor imensurável, se levantou para lutar pelo coletivo, pela justiça, pela democracia. É também um recado de que não vamos esquecer, nem permitir que apaguem nossa história. Em um abril em que a ditadura militar completa 61 anos, celebrar a existência de lutadoras e lutadores como Eunice, João Massena e o Grupo Tortura Nunca Mais é reafirmar nosso compromisso com a verdade”, concluiu Dani Monteiro.