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Foto/Divulgação

O Livro dos Heróis e Heroínas do Estado do Rio passou a contar com o nome de Edson Luís de Lima Souto. Ele foi um estudante assassinado pela polícia durante a Ditadura Militar em 1968, quando tinha apenas 18 anos. A determinação consta na Lei 10.795/25, de autoria original da deputada Dani Monteiro (PSol), que foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e sancionada pelo governador Cláudio Castro. A medida foi publicada no Diário Oficial Extra do Executivo de quinta-feira (29/05).

O jovem tornou-se um símbolo histórico da resistência estudantil contra a repressão política. “Quero referenciar o quanto Edson foi um herói, pois lutava diretamente pela democracia, pela educação e pelo direito à alimentação. Isto é o que nos motiva a colocar o seu nome no Livro de Heróis”, discursou Dani Monteiro.

Natural de Belém, no Pará, Edson Luís se mudou para o Rio de Janeiro para terminar o segundo grau, atual Ensino Médio. Foi assassinado em março de 1968 após policiais militares invadirem o Restaurante Central do Estudantes, conhecido como Calabouço, no Centro do Rio, onde estava acontecendo uma manifestação estudantil. No mesmo ano de seu assassinato, em dezembro de 1968, a Ditadura Militar endureceu o regime e decretou o Ato Institucional número 5 (AI-5), que permitiu a cassação de políticos eleitos.

Decanos da Alerj

A homenagem foi elogiada pelos decanos do Parlamento Fluminense Carlos Minc (PSB) e Luiz Paulo (PSD), que pediram para ser coautores da lei. Os dois presenciaram a manifestação em que o estudante foi morto. “Sou testemunha ocular da história deste assassinato praticado pela ditadura. Os estudantes pegaram o corpo dele e trouxeram para onde hoje é a Câmara Municipal e eu estava presente porque, na época, eu também fazia parte do movimento estudantil”, disse Luiz Paulo. “É hora de a gente resgatar esses heróis anônimos que lutaram pela democracia”, defendeu.

“Esse caso levou a uma expansão do movimento estudantil. Lembro que o pessoal gritava ‘mataram um estudante. E se fosse um filho seu?’. Isso pegou na classe média porque, de fato, ele não estava cometendo crime nenhum, dando tiro em ninguém. Ele estava almoçando em um restaurante”, contou Minc. “O Edson levou um tiro no peito e a polícia tentou tirar o corpo dele e levar embora para fazer a autópsia e esvaziar a manifestação. Os médicos Jamir Haddad e Luiz Tenório fizeram a autópsia no meio da manifestação para que ninguém levasse o corpo embora”, detalhou.

A deputada Dani Monteiro ainda lembrou que a Lei 8.439/19, aprovada pela Alerj, incluiu no Calendário Oficial do Estado do Rio de Janeiro o dia 28 de março como “O Dia Estadual da Juventude em Defesa da Democracia”, em homenagem ao estudante.

Além de Dani Monteiro, Luiz Paulo e Carlos Minc, a lei também tem a coautoria dos seguintes parlamentares: Professor Josemar (PSol), Flávio Serafini (PSol), Verônica Lima (PT), Elika Takimoto (PT), Marina do MST (PT), Zeidan (PT), Renata Souza (PSol), Sarah Poncio (SDD) e Átila Nunes (PSD).

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