No podcast Café com Respostas, a responsável pelo projeto Papo de Leoa ressalta que as mulheres precisam tomar conhecimento sobre o que é violência doméstica e buscar ajuda quando necessário
A cada 24 horas, pelo menos oito mulheres são vítimas de violência doméstica no Brasil, segundo dados monitorados pela Rede de Observatórios da Segurança. O tema foi tratado no último dia 17 de junho no podcast Café com Respostas, de Zilu Camargo; que contou com a presença da advogada e empresária Andressa Gnann, que também é mãe, palestrante, mentora de empreendedoras, escritora, sócia fundadora e gestora do escritório Gnann e Souza Advogados, considerado como Referência Nacional e Melhores do Ano em Advocacia e Justiça e responsável pelo projeto Papo de Leoa.
Andressa ressaltou que o passo inicial para uma mulher buscar ajuda e sair desse ciclo é tomar consciência de que a violência está acontecendo. “O mais importante é entender que a violência nem sempre é física. Ela pode ser patrimonial, moral, sexual ou psicológica. E o problema é que a violência psicológica é invisível. Quando o marido agride fisicamente, todo mundo sabe que é uma agressão física. Já quando a violência é psicológica, ela é muito sutil e vai acontecendo bem devagar”, explica.
Segundo a advogada, uma mulher que sofre violência psicológica costuma perder a autoestima e geralmente é dependente do abusador, seja emocionalmente ou financeiramente. “Com isso, essa mulher não tem forças para sair do relacionamento. Mas é preciso buscar ajuda e entender que ela não está sozinha e que um relacionamento é para ser bom, sofrer esse tipo de violência não é normal”, diz.
De acordo com Andressa Gnann, a Lei da Maria tem auxiliado muito as mulheres vítimas de violência doméstica. “Hoje, uma mulher que está em um relacionamento abusivo pode pedir medida protetiva, e não precisa ser violência física necessariamente, pode ser, por exemplo, violência psicológica também”, ressalta.
A advogada acredita que é fundamental que as mulheres apoiem umas às outras para se protegerem e protegerem os filhos. “Essa união é fundamental para que as mulheres não se sintam sozinhas. É importante também entender que o relacionamento precisa ser algo positivo, que flui, caso contrário, existe alguma coisa errada. Não acredite em quem fala que é normal sofrer violência, que o abusador vai melhorar e vai passar”, orienta.
No podcast, Andressa Gnann também menciona que a chance de repetir padrões de violência em ciclos familiares é grande. “O marido que pratica violência contra a esposa, por exemplo, mostra para a filha que aquilo é normal, por isso esse padrão precisa ser rompido”. diz.
Fonte: Carolina Lara