O prefeito Axel Grael diz que a exposição marca o início do intercâmbio cultural com a cidade europeia que tem como foco o público e os artistas de Niterói.
“Temos uma sinergia bem clara e objetiva com a cidade de Nazaré e isso está cada vez mais evidente desde que nos tornamos cidades irmãs, em março. Essa parceria se dá na área da economia, meio ambiente, esportes e também na cultura. Com características litorâneas muito similares, o que interfere diretamente no estilo de vida de seus moradores, Niterói e Nazaré têm muito em comum e até diferenças que se atraem. Por isso, esse intercâmbio na área da cultura que começa a ser feito a partir desta exposição, indica um caminho importante para o público das artes e os artistas de Niterói”, aponta Axel Grael.
Em Portugal, a cem quilômetros a norte de Lisboa, a pequena vila da Nazaré é conhecida pelas grandes ondas que atraem surfistas de todo o mundo. Neste exato local, o Oceano Atlântico desagua no Canhão da Nazaré, uma falha submarina de cinco quilômetros de profundidade que impulsiona a ondulação em direção à superfície, criando ondas gigantescas, as maiores do mundo. A exposição de Ricardo Bravo coloca em diálogo as imagens das ondas de Nazaré com as curvas das obras arquitetônicas de Niemeyer.
Para o prefeito de Nazaré, Walter Chicharro, a exposição é mais uma oportunidade de aproximar ainda mais as duas cidades separadas geograficamente pelo Oceano Atlântico.
“É um prazer esta exposição ser a primeira concretização da Nazaré em Niterói da germinação assinada este ano e poder trazer ao Brasil, país irmão, as maiores ondas do mundo através da lente de um afamado e fantástico fotógrafo, o Ricardo Bravo. Quero agradecer muito ao prefeito Axel e ao curador de arte Nicolau Martim Ferreira e à Ana Ventura pelos esforços que fizeram em colocar esta exposição aberta num território do qual somos irmãos e do qual queremos continuar a manter esta política de proximidade como é a Niterói”, diz Walter Chicharro.
Um desafio permanente para o fotógrafo Ricardo Bravo que há duas décadas visita regularmente Nazaré, fascinado pela impossibilidade de repetição das formas do mar, é captar em fotografias sublimes e excepcionais as curvas desenhadas, moldadas diante dos nossos olhos, que nunca se repetem. Poderosas, imprevisíveis e por vezes assustadoras, transformam-se numa verdadeira obra-prima para Ricardo Bravo.
“Sei que fotografo para partilhar momentos, para questionar e compreender o que me rodeia, para criar recordações, explorar sonhos, comunicar e, porque não, ter uma profissão. Sei, acima de tudo, que fotografo porque sim”, define o artista.
Sobre Ricardo Bravo – Praticante de bodyboard desde os 13 anos, não demorou muito para que tirasse as suas primeiras fotografias de mar com uma câmera descartável à prova de água. Desde então, 35 anos se passaram e tudo continua diferente, porque o mar não se repete.
Nascido e criado em Lisboa onde estudou fotografia e deu os primeiros passos na profissão, vive a 15 minutos de Lisboa, na carismática vila de Paço de Arcos, onde o Tejo e o Atlântico se encontram. Mar, surf, viagens, arquitetura, automóveis e retratos, são os temas que mais tem explorado ao longo da sua carreira de fotógrafo. Foi também editor de fotografia e assinou textos, fez diversas exposições e conquistou alguns prémios e capas de revista de que se orgulha discretamente, porque as vitórias na vida de Ricardo Bravo são outras.
O fotógrafo já viajou o mundo na busca das melhores ondas, mas continua a considerar a magnífica costa portuguesa (e a Vila de Nazaré, em particular) o seu estúdio. Das mais de três contemplando o mar, aprendeu a ler e escrever por entre as suas sutilezas, enquanto descobria o infinito e assumia incertezas. Em 2020 publicou o livro “Nazaré” onde reúne as suas fotografias das ondas gigantes da Praia do Norte e textos criados a partir de entrevistas que fez com alguns dos melhores surfistas de ondas grandes (www.ricardobravo.pt).