image (1)

Papa Francisco - Foto/Divulgação

Nos últimos meses, Francisco sofreu com uma pneumonia que foi se agravando, destaca o especialista em Cardiologia e Clínica Médica, Dr. Vinicius Carlesso
O papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, às 2h35 pelo horário de Brasília (7h35, horário local). Seu falecimento ocorreu após meses de complicações de saúde, com destaque para uma infecção polimicrobiana respiratória que evoluiu para uma pneumonia nos dois pulmões.

Francisco ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos e foi o mais velho a assumir a liderança da instituição em mais de sete séculos.

Desde o início de fevereiro, o pontífice enfrentava episódios frequentes de bronquite, agravados por sua condição pulmonar pré-existente — nos anos 1950, ainda jovem, teve parte de um dos pulmões removida após uma grave infecção respiratória.

De acordo com o médico cardiologista e clínico Dr. Vinicius Carlesso, essa condição de base contribuiu para as complicações mais recentes.

“Com o avanço da idade e um histórico pulmonar comprometido, infecções respiratórias simples podem evoluir rapidamente para quadros mais graves, como a pneumonia bilateral que o papa enfrentou”, explica.

Dr. Vinícius Carlesso – Foto/Divulgação

Histórico de internações e cirurgias

Nos últimos anos, Francisco passou por diversos procedimentos médicos. Em 2021, foi submetido a uma cirurgia no cólon para tratar um estreitamento intestinal.

Mais tarde, em 2023, foi novamente internado com um quadro de bronquite e passou por uma cirurgia abdominal. Ele também enfrentou osteoartrite, que limitava sua mobilidade e o levou a utilizar cadeira de rodas e bengala com frequência.

Além disso, entre 2023 e 2024, o papa apresentou episódios de diverticulite, quedas com hematomas e lesões no braço, e uma sequência de internações por infecções respiratórias recorrentes, demonstrando um quadro clínico que se agravava com o tempo.

O impacto da saúde no exercício do pontificado
Mesmo diante das dificuldades físicas, Francisco manteve sua decisão de não renunciar ao pontificado. A decisão contrasta com a de seu antecessor, Bento XVI, que deixou o cargo em 2013 por motivos de saúde.

Ainda neste domingo de Páscoa, um dia antes de sua morte, o papa apareceu publicamente na Praça de São Pedro, onde abençoou os fiéis, embora sob observação médica.

“É comum que quadros infecciosos respiratórios se tornem críticos em pacientes idosos e com histórico pulmonar, sobretudo quando há uma imunidade já debilitada”, destaca Dr. Vinicius Carlesso.

“No caso do papa Francisco, a progressão para uma infecção polimicrobiana é um indicativo de uma resposta orgânica já comprometida, algo que se observa com frequência em quadros de infecção hospitalar ou imunossenescência.”

Uma trajetória marcada pela resiliência
Francisco foi o primeiro papa latino-americano e o primeiro jesuíta a ocupar o cargo. Durante seu pontificado, buscou uma Igreja mais próxima dos pobres e atuou como voz ativa em temas sociais e ambientais. Sua morte encerra um ciclo iniciado em 2013, quando foi eleito após a renúncia de Bento XVI.

Segundo o Dr. Vinicius Carlesso, o caso de Francisco também serve de alerta para a importância do acompanhamento médico contínuo e da atenção a sinais respiratórios persistentes em pacientes idosos.

“O tratamento precoce e o suporte clínico adequado são determinantes para a sobrevida e qualidade de vida. No entanto, há limites fisiológicos que, inevitavelmente, devem ser considerados com respeito e consciência.”
Nos próximos dias, o Vaticano deve anunciar os protocolos para o funeral e os trâmites para a escolha do próximo papa.

Fonte: Ângela Rocha Mídia Placement

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *