O processo de reconstrução do Brasil será feito coletivamente, com a contribuição decisiva dos 37 ministros de Lula, comprometidos com a erradicação da fome, da miséria e a geração de emprego e renda. Em clima de otimismo, a primeira reunião ministerial do governo Lula falou da sua lealdade ao povo brasileiro, e de seu compromisso em transformar o Brasil em um país desenvolvido, “definitivamente”.
“Nossa tarefa é árdua, mas nobre”, discursou Lula. “Precisamos entregar o país melhor, mais saudável, do ponto de vista da saúde, da geração de empregos, da educação e da civilidade”, disse.
Aos ministros, Lula reforçou o papel do Estado na melhora da vida da população: “Precisamos fazer um esforço para estar presentes onde o povo precisa de nós”, afirmou. “Esse país já foi a sexta economia do mundo, já aumentou o salário mínimo em 74%. No meu governo foram bancarizados 70 milhões de pessoas, colocamos uma Argentina e uma Colombia dentro do sistema bancário”.
“Todos nós sabemos o compromisso extraordinário que nós assumimos durante a campanha com a volta do crescimento, da geração de emprego e com o crescimento da massa salarial”, lembrou o presidente.
“Queremos investir muito no fortalecimento do sistema cooperativo do país, no micro e pequeno empreendedor. Mas queremos que o trabalhador tenha o mínimo de seguridade social, que tenha garantia de previdência, de registro, que quando ele estiver impossibilitado para trabalhar, o Estado garanta o mínimo de segurança”, justificou.
Lula insistiu que a educação é o único passaporte que o país tem para o colocar os dois pés no futuro, com soberania e prosperidade. “Precisamos, de uma vez por todas, dar um salto de qualidade no ensino fundamental, básico”, alertou Lula.
“Se nossas crianças não forem bem formadas no ensino fundamental, elas terão mais dificuldade de amanhã se transformar em alguém intelectualmente mais preparado, em um profissional mais preparado”.
“O Brasil precisa dessa gente bem formada porque não pode passar mais um século exportando minério de ferro, soja ou milho, temos de exportar conhecimento, inteligência, coisas com valor agregado, para que o país dê um salto, que deixe de ser um país em desenvolvimento e passe, definitivamente, a ser um país desenvolvido”, enfatizou o presidente.
Lula lamentou que a saúde brasileira esteja aquém do que pode oferecer ao povo brasileiro e condenou o governo anterior pela destruição de programas como Farmácia Popular, Brasil Sorridente, Saiu, Mais Médicos, entre outros.
“Tem cidade nesse país que passa anos sem ver um médico. Muitas pessoas morrem sem ser atendidas por um especialista por falta de vaga”, frisou Lula. “Se nós não resolvermos esse problema, não estaremos fazendo jus ao voto e à expectativa que o povo depositou em nós”.
Lula falou sobre a relação integrada que a produção agropecuária deve ter com o meio ambiente, sem degradação de áreas verdes. “O empresário que produz de forma muito responsável será muito respeitado por nós e bem tratado. Agora, aqueles que teimam em continuar desrespeitando a lei, invadindo o que não podem, usando agrotóxicos que não podem ser usados, para esses, a força da lei imperará sobre eles”, advertiu Lula.
“Iremos exigir que a lei seja cumprida. Porque, nesse país, tudo vale. O que não vale é um cidadão bandido achar que pode desrespeitar a boa vontade da sociedade brasileira, a nossa Constituição e a nossa legislação”, avisou.
“Nós não mandamos no Congresso”, pontuou o presidente. “Por isso, cada ministro tem a obrigação de manter a mais harmônica relação com o Congresso Nacional”, pediu Lula.
“Quero dizer aos líderes, vocês terão um presidente disposto a fazer quantas conversas forem necessárias com as lideranças, partidos políticos, com os presidentes Rodrigo Pacheco e Arthur Lira. Não tem veto ideológico”, garantiu.
Lula ressaltou que o resultado eleitoral permitiu que o Brasil volte a viver a democracia em sua plenitude. “Esse país vai voltar a viver em democracia, e isso foi mostrado na nossa posse. Nenhum de nós jamais tinha visto um povo emocionado, tão motivado, como vimos. Há muito tempo a gente não via tanta alegria, tanto sorriso estampado na fisionomia de homens, mulheres, crianças, velhos. As pessoas estavam se encontrando consigo mesmas”, comemorou.
“Nossa posse mostrou que é possível a gente fazer esse país voltar a sorrir, é possível fazer as pessoas voltarem a sonhar. É nossa obrigação transformar esse sonho em realidade”, destacou o presidente. “É o compromisso de cada companheiro e companheira que assumiu o ministério”.
“O bom filho a casa retorna. 12 anos depois, nós estamos de volta com o compromisso de unificar o povo brasileiro, acabar com o ódio”, celebrou o petista. “Não acabar com as divergências, mas fazer política de forma civilizada e unificar o Brasil em torno dos interesses do próprio país”.
“Temos aqui duas gratidões siamesas, que se complementam: ao povo brasileiro e ao presidente Lula”, saudou o vice-presidente Geraldo Alckmin. “O povo brasileiro deu uma aula. Em quase 50 anos de vida pública, eu nunca tinha visto um uso e abuso da máquina pública como ocorreu nessa última eleição. O que podia e o que não podia foi feito para ganhar a eleição. Mas a resiliência, o espírito correto, prevaleceu. O povo deu uma aula, os mais simples e desfavorecidos, uma aula de democracia”.
Segundo o vice-presidente, o agradecimento também deve ser estendido ao presidente porque apenas ele tinha condições de vencer a eleição. “Gratidão a gente retribui com trabalho. Por isso, nossa responsabilidade, de cada um nós, é enorme, frente ao presidente, que nos proporcionou essa oportunidade de trabalharmos pelo povo, e frente ao povo brasileiro, que deu uma aula nesse processo”, agradeceu. Fonte: Ascom/PT