
Imagem Ilustrativa (Reprodução/Instagram)
O borderline é um transtorno de personalidade que causa mudanças rápidas de humor, destaca o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela
A cantora Maraisa, da dupla sertaneja Maiara e Maraisa, se viu no centro de uma controvérsia após lançar a música “Borderline”.
A canção foi criticada por pessoas ligadas à saúde mental e, especialmente, pela influenciadora Andressa Urach, diagnosticada com transtorno de personalidade borderline. Ela afirmou que a composição reforça estereótipos negativos e anunciou que pretende denunciar a artista ao Ministério Público por psicofobia. Após a repercussão negativa, Maraisa apagou a publicação em que cantava a música no Instagram.
A letra, que fala sobre um relacionamento abusivo e utiliza o termo “borderline” para descrever o comportamento do parceiro, foi considerada ofensiva por pessoas que convivem com o transtorno.
Andressa Urach manifestou sua indignação nas redes sociais, acusando a música de acionar gatilhos emocionais em pessoas vulneráveis e de reforçar preconceitos contra indivíduos que vivem com transtornos de personalidade.
O que é o transtorno de personalidade borderline?
A síndrome de borderline, ou transtorno de personalidade borderline (TPB), é uma condição de saúde mental caracterizada por intensas variações de humor, comportamento impulsivo, medo de abandono e relações pessoais instáveis.
De acordo com o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, o transtorno interfere diretamente na vida social e emocional do paciente.
“O borderline é um transtorno de personalidade que causa mudanças rápidas de humor, medo intenso de abandono e relacionamentos instáveis”.
“Entre os principais sintomas estão a instabilidade emocional, sensação de vazio persistente, raiva intensa e impulsividade, que pode envolver abuso de substâncias, gastos financeiros descontrolados ou atitudes arriscadas. Muitas pessoas com TPB também demonstram sentimentos de desvalorização e podem apresentar comportamentos autodestrutivos”, explica.
O diagnóstico do transtorno de personalidade borderline é clínico, feito geralmente por psiquiatras, com o suporte de avaliações psicológicas, mas para confirmar o quadro, são analisados o comportamento do paciente, os sintomas relatados e o impacto na vida pessoal e profissional.
“Apesar do TPB não ter uma causa única, acredita-se que fatores genéticos, histórico de traumas na infância e estrutura familiar desorganizada possam contribuir para o seu desenvolvimento”, explica Dr. Fabiano de Abreu Agrela.
O tratamento é multidisciplinar englobando psicoterapia, principalmente a Terapia Comportamental Dialética (TCD) e, em alguns casos, medicamentos para controlar sintomas específicos como depressão e ansiedade.